Estadão

Áudio do VAR explica decisão contestada pelo Corinthians e súmula relata revolta de Duilio

Algumas hora após a vitória por 1 a 0 do Corinthians sobre o Grêmio, na arena gremista, a CBF divulgou o áudio do diálogo entre a arbitragem de campo e o VAR durante a revisão de um possível pênalti cometido por João Paulo em Matheus Bidu, antes dos dez minutos do primeiro tempo. A decisão foi de não marcar a penalidade e, na sequência do lance, o zagueiro Bruno Méndez fez uma falta dura em Bessozi e recebeu amarelo, mas, após a revisão, acabou expulso. O desfecho causou revolta em dirigentes corintianos, como presidente Duílio Monteiro Alves, que foi contido pela polícia ao tentar invadir o vestiário da arbitragem, conforme relatado pelo árbitro Rodrigo José Pereira de Lima na súmula.

Os dois lances foram revisados em sequência, após o jogo ser paralisado em razão da falta de Méndez. Na jogada do possível pênalti, assim que Bidu vai ao chão, Rodrigo de Lima grita imediatamente se jogou, nada, se jogou , mas o VAR pede para ele segurar e espera a bola ficar fora de jogo, com a entrada do zagueiro uruguaio, para iniciar a análise.

"Ele encosta os braços no corpo dele. Tem até um contato com a perna do jogador, mas não faz derrubar. Ele cai, não é esse contato que faz derrubar", disse o árbitro de vídeo Rafael Traci ao avaliar a ação de João Paulo. "Concordo, e ele ainda faz a passada para a queda, o jogador de branco", acrescenta a assistente de VAR, Charly Wendy Straub Deretti.

Com a decisão sobre o primeiro lance tomada rapidamente, em pouco mais de um minuto, a equipe passa avaliar a falta cometida por Méndez e se o amarelo dado por Rodrigo de Lima em campo foi a punição adequada. Então, a equipe de VAR recomenda a revisão por possível cartão vermelho. "Eu vi o ponto de contato, a chuteira a altura da perna do jogador adversário. Para mim, cartão vermelho direto", conclui o árbitro após analisar as imagens no televisor.

Mesmo que Romero tenha deixado o Corinthians em vantagem de 1 a 0 no placar, aos 32 minutos, a revolta corintiana não diminuiu. Durante o intervalo, o presidente Duilio Monteiro Alves e o gerente de futebol Alessandro Nunes se envolveram em confusões nos corredores da Arena do Grêmio. Conforme relatado por Rodrigo de Lima na súmula, Duilio precisou ser contido por policias ao tentar invadir o vestiário da arbitragem, proferindo ofensas.

"Informo que na saída da equipe de arbitragem do campo de jogo, após término do primeiro tempo, fomos abordados por diretores do SC Corinthians Paulista, na zona mista, vindo em nossa direção de forma grosseira e ostensiva, sendo contidos por policiais. Dentre eles foi possível identificar o presidente Duílio Monteiro Alves, e o gerente de futebol Alessandro Mori Nunes, onde o gerente citado proferiu de forma grosseira e ofensiva as seguintes palavras: "vagabundo, você é safado, tendencioso, seu ladrão". em seguida o presidente acima citado, foi até a entrada do vestiário da equipe de arbitragem proferindo as seguintes palavras: "seu vagabundo, ladrão". Informo ainda que o mesmo não conseguiu o acesso ao vestiário da arbitragem devido a intervenção da polícia", diz o texto.

O árbitro também detalhou a tentativa de invasão de Alessandro à sala onde ficam os equipamentos do VAR. As imagens do dirigente correndo, aos berros, em direção ao local, e sendo contido por seguranças foi amplamente divulgada nas redes sociais. "Fui informado pelo delegado da partidaM sr. Marcos Robert Caduri de Almeida, que o gerente de futebol sr. Alessandro Mori Nunes se dirigiu até a porta da sala, em que se encontrava os equipamentos do VAR, em uma tentativa de invasão, entrando em confronto com os seguranças que estavam na porta da sala. Após o término da partida, e já no
vestiário, observamos através de vídeo inserido no site GE, onde verificamos a compatibilidade das informações nos repassadas pelo delegado acima citado", escreveu o árbitro.

Agora, Alessandro e Duilio podem ser punidos pelo STJD. Depois da partida, o gerente de futebol admitiu que passou do ponto, mas manteve a crítica. "Eu não estou me isentando do que eu fiz, não, meu comportamento foi inadequado. Mas, mais inadequado e mais lamentável é ver um árbitro de vídeo na frente de um monitor vendo por diversas vezes um fato que ocorreu e não auxilia o árbitro de campo. Isso é um absurdo."

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