O seguro pode ser a próxima arma financeira utilizada pela União Europeia contra a Rússia. Autoridades da UE propuseram a proibição de seguros para navios que transportam petróleo russo, uma medida que visa bloquear o acesso da Rússia aos mercados globais de petróleo e à receita que alimentou sua invasão militar da Ucrânia.
"Na verdade, seria um obstáculo muito forte para exportar petróleo russo", disse Lars Barstad, executivo-chefe da Frontline, que possui uma das maiores frotas de navios-tanque do mundo. Barstad disse que seus navios não transportam petróleo se a Frontline não puder segurar os navios contra riscos como danos ambientais.
A proibição de seguros faz parte de um sexto lote de restrições que as autoridades da UE estão preparando contra a Rússia, incluindo um embargo à importação de petróleo do país dentro do bloco a partir do fim do ano.
A proposta de seguro foi sujeita a duras negociações entre os Estados membros da UE, os quais devem aprová-la para prosseguir. Grécia, Chipre e Malta, grandes nações marítimas, levantaram preocupações. Vários armadores gregos têm contratos com grandes companhias de petróleo como Chevron e Shell para transportar petróleo russo para clientes na China e Índia.
Em uma reverência às suas preocupações, a Comissão Europeia, que ofereceu um novo rascunho das propostas de sanções na sexta-feira, sugeriu estender o período antes do qual a medida entraria em vigor de um mês para três meses. Diplomatas dizem que Bruxelas e os maiores membros do bloco, como a Alemanha, também prometeram usar as discussões do G-7 para buscar compromissos de países como Japão, Canadá e EUA para não prejudicar as empresas de transporte gregas, cipriotas e maltesas.
O International Group of P&I Clubs, que inclui clubes membros no Reino Unido, Noruega, UE e outros países, oferece seguro P&I (proteção e indenização) para cerca de 95% da frota global de navios-tanque (considerando tonelagem). "Os clubes sempre cumprirão as proibições de fornecimento de seguro e resseguro, seja no contexto da Rússia, do Irã ou de outros países aos quais restrições de comércio, financiamento e outras foram impostas", disse seu presidente-executivo, Nick Shaw. (Com agências internacionais)