A Comissão Europeia criticou a Turquia nesta terça-feira por recuar em importantes reformas democráticas, incluindo a independência do Judiciário, liberdade de imprensa e proteção aos direitos humanos, mas elogiou as reformas econômicas do país e a maneira como ele lida com milhões de refugiados sírios.
Em seu relatório anual sobre o progresso da Turquia e de outros candidatos a membros da UE, a Comissão Europeia disse que o governo do presidente Recep Tayyip Erdogan continuou a fazer progressos para atender aos padrões da UE em várias áreas. O Executivo da UE notou ainda, porém, a piora em questões democráticas.
“A independência do Judiciário e o princípio da separação dos poderes têm sido minados desde 2014 e juízes e promotores estão sob forte pressão política”, afirma o relatório. “Houve recuos significativos nas áreas da liberdade de expressão e liberdade de reunião.”
O relatório anual desta terça-feira saiu algumas semanas atrasado, por Bruxelas temer que as críticas às políticas de Ancara pudessem atrapalhar as negociações de um plano de ação conjunta entre UE e Turquia para conter o fluxo de imigrantes para a Europa. O relatório era previsto para antes da eleição de 1º de novembro, vencida pelo partido de Erdogan.
Funcionários da UE admitiram nos últimos dias que o tom do relatório foi ajustado, mas insistiram que não houve alterações substanciais nas críticas às políticas de Erdogan. A UE e a Turquia negociam a entrada do país desde 2005, mas o progresso tem sido mínimo.
Nos últimos anos, tem havido crescente relutância na UE para permitir o aumento no número de membros. O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, já disse que não espera a entrada de novos integrantes nos próximos cinco anos. Já o Comissão para a Ampliação da UE, Johannes Hahn, afirmou nesta terça-feira que o “compromisso” da UE com a entrada de novos membros permanece firme. O bloco negocia, por exemplo, a entrada de Montenegro e Sérvia. Fonte: Dow Jones Newswires.