Os líderes europeus se reúnem nesta quinta-feira para discutir um possível acordo com a Turquia, a fim de avançar na iniciativa vista como crucial para conter a crise de imigrantes e refugiados. As partes enfrentam, porém, importantes obstáculos pela frente, mas os europeus dizem que pretendem avançar entre si para definir que oferta fazer a Ancara.
As discussões são complicadas por divisões entre os países da União Europeia e por uma série de questões legais e práticas sobre as condições que a Turquia precisa cumprir e quantas concessões o bloco deseja fazer para avançar.
“Nós realmente entendemos que é uma tarefa hercúlea a nossa, mas temos de fazer isso funcionar”, disse o primeiro-ministro da Estônia, Taavi Roivas, a caminho do primeiro dia de conversas em Bruxelas. Segundo ele, as autoridades trabalharão toda a noite, se necessário, para fechar um acordo.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que era “uma possibilidade” que os 28 líderes da UE concordem entre si sobre o que oferecer à Turquia, mostrando estar cautelosa.
A previsão é que, após um acordo dentro da UE, ocorra uma reunião nesta sexta-feira com o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, para fechar a iniciativa.
A UE quer que a Turquia mande de volta todos os imigrantes que cruzarem o Mar Egeu ilegalmente com a intenção de chegar a ilhas próximas na Grécia. O principal objetivo é dissuadir imigrantes de pagar contrabandistas para que eles consigam chegar à Europa. Mas, para que a iniciativa funcione, os países europeus precisam fechar um acordo sobre receber uma série de refugiados, o que vários países do bloco rechaçam.
As nações da UE não querem aceitar mais de 72 mil pessoas, em uma troca com a Turquia. Vários países insistem que não são obrigados a aceitar refugiados. Já a Turquia deve pedir que mais pessoas sejam recebidas no continente, porque o país concordou em dar abrigo a 2,7 milhões de refugiados sírios.
Na quarta-feira, autoridades turcas reclamaram de ter de mudar a legislação e conceder proteção a refugiados que não fossem sírios, uma condição exigida para que o país fique em linha com a lei de refúgios internacional e a da UE.
A Turquia quer até o fim de junho um acordo político para que os turcos possam viajar sem visto para as nações da UE. Mas o bloco diz que não haverá concessões em relação a 72 concessões que o país precisa cumprir antes de obter esse benefício. O conflito entre a Turquia e o Chipre também complica o diálogo. O governo turco quer ainda que a UE dobre o apoio para os refugiados sírios em território turco, para 6 bilhões de euros (US$ 6,7 bilhões), mas as lideranças europeias querem adiar essa decisão até que os 3 bilhões de euros iniciais sejam gastos. Fonte: Dow Jones Newswires.