A União Europeia (UE) deve encontrar maneiras de fornecer rapidamente milhares de projéteis de artilharia à Ucrânia ou enfrentar a perspectiva de perder a guerra contra a Rússia, alertaram os principais diplomatas do bloco nesta segunda-feira, 20, à medida que os estoques de munição diminuem.
"A questão mais importante hoje para o exército ucraniano é ter um fluxo contínuo de munição", disse o chefe de política externa da UE, Josep Borrell, antes de presidir uma reunião dos ministros das Relações Exteriores do órgão. "Se falharmos nisso, realmente, o resultado da guerra estará em perigo", acrescentou.
Borrell disse que as forças russas estão disparando cerca de 50.000 tiros de artilharia por dia e que os suprimentos da Ucrânia devem ser elevados ao mesmo nível. Outras estimativas sugerem que a Ucrânia estaria disparando de 6.000 a 7.000 projéteis de artilharia diariamente, cerca de um terço do total da Rússia em um ano de guerra.
O chefe de política externa da UE avalia que a discussão se concentra em maneiras de fazer compras conjuntas de munição e usar um fundo especial para fornecer financiamento extra. No entanto, a indústria de defesa requer pedidos sólidos e de longo prazo para se manter e expandir suas linhas de produção e não pode simplesmente aumentar os suprimentos da noite para o dia.
Na semana passada, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, disse que o tempo de espera para o fornecimento de "munições de grande calibre aumentou de 12 para 28 meses" e que "as encomendas feitas hoje só seriam entregues dois anos e meio depois."
"A Rússia usa diariamente (o que) a União Europeia produz por mês e, com as atuais capacidades da indústria militar, podemos atender as necessidades da Ucrânia (em) cerca de seis anos, então isso é totalmente inaceitável", disse o ministro das Relações Exteriores da Estônia, Urmas Reinsalu, a repórteres.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensku, apelou a seus aliados ocidentais para acelerar o apoio militar, alertando que atrasos seriam uma vantagem para a Rússia quando a invasão se aproxima de seu aniversário de um ano em 24 de fevereiro. Fonte: Associated Press.