Os ministros do Interior da União Europeia (UE), juntamente com os ministros de Relações Exteriores do grupo, se reuniram nesta segunda-feira para discutir a crise de imigração na Europa, após mais de 700 pessoas fugindo da Líbia, Síria e países da África, terem morrido em um naufrágio no Mar Mediterrâneo neste final de semana.
O ministro de Relações Exteriores da Itália, Paolo Gentiloni, alertou para que, dessa vez, decisões concretas devam substituir os debates sobre como responder a questão. A chefe de política externa da UE, Federica Mogherini, confirmou que deve ocorrer uma reunião especial entre os líderes do bloco esta semana.
À caminho do encontro, Gentiloni pediu por mais recursos da UE para controlar as fronteiras, ajuda nas missões de resgate e para abrigar os imigrantes em mais países. De acordo com o ministro, devem ocorrer ações concretas da UE e iniciativas para deter os contrabandistas que organizam as viagens. “Em primeiro lugar, devemos reconhecer o fato de que estamos enfrentando uma emergência na Europa. Não é uma emergência da Itália”, disse.
A preocupação de países como a Alemanha e o Reino Unido de que a ampla missão de busca e salvamento liderada pela Itália encoraja mais pessoas a fazer a travessia, levou a antiga operação da UE – Mare Nostrum – a ser substituída por uma missão menor no ano passado, conhecida como Triton.
“A principal questão é construírmos juntos um senso comum de responsabilidade europeia sobre o que está ocorrendo no Mediterrâneo, sabendo que não há solução fácil, não há solução mágica, mas há uma responsabilidade que devemos exercitar juntos, como europeus, de maneira consistente e coerente”, comentou Mogherini.
Em Bruxelas, o porta-voz do presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker disse que “o status quo claramente não é uma opção” e que o bloco deve contar com recursos adicionais para lidar com a crise. Em fevereiro, a UE concordou em manter a missão Triton até o final de 2015.
Já o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, está em reunião com as capitais nesta segunda-feira. A decisão sobre marcar uma reunião especial esta semana será decidida após estas consultas, informou Preben Aamann, porta-voz de Tusk. Fonte: Dow Jones Newswires.