Estadão

UE promete mais 200 mi de doses de vacinas a países pobres até meados de 2022

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen afirmou que a "prioridade mais urgente" da União Europeia (UE) é acelerar o ritmo da vacinação global contra o coronavírus e, por isso, prometeu adicionar 200 milhões de doses às doações de imunizantes do bloco para países de baixa renda até o meio de 2022.

O montante se soma às já anunciadas 250 milhões de doses a serem doadas, além de investimentos de 1 bilhão de euros para acelerar a produção de vacinas na África, segundo disse a dirigente, em seu discurso sobre o "Estado da União" ao Parlamento Europeu nesta quarta-feira.

Von der Leyen também destacou a rápida recuperação da economia da UE após o choque provocado pela crise sanitária, mas alertou que, apesar do Produto Interno Bruto (PIB) ter retomado o seu nível pré-pandemia, o bloco não pode declarar vitória "muito cedo", como fez após a crise financeira de 2008.

"A boa notícia é que, com o NextGenerationEU, agora investiremos na recuperação de curto prazo e na prosperidade de longo prazo", disse von der Leyen, se referindo ao programa de investimentos para o período de 2021 a 2027. Segundo ela, "problemas estruturais" da economia europeia serão visados, bem como o desenvolvimento da soberania digital da UE.

Neste sentido, von der Leyen anunciou um plano para criar um "ecossistema" de chips semicondutores na UE, incluindo a sua produção. "Isso garantirá a nossa segurança de abastecimento e desenvolverá novos mercados para a tecnologia europeia inovadora", afirmou. Durante a pandemia de covid-19, a demanda por chips explodiu, e a oferta de fabricantes, concentradas na Ásia, não conseguiu acompanhar, provocando desabastecimento global do produto.

A presidente da Comissão Europeia ainda reforçou o compromisso em pôr em prática a taxa mínima de imposto corporativo global acordada pelo Grupo dos Sete (G7), de 15%. Von der Leyen também disse que a UE vai avançar com uma nova iniciativa para evitar evasão fiscal na região. "Exigir que as grandes empresas paguem a quantia certa de imposto não é apenas uma questão de finanças públicas, mas sobretudo uma questão de justiça básica", argumentou.

Por fim, a dirigente pressionou os Estados Unidos a avançarem em propostas para lidar com a crise climática, após anunciar a alocação de mais 4 bilhões de euros para "finanças climáticas" até 2027.

Segundo ela, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26), que ocorre em novembro deste ano, será um evento decisivo para transformar "ambições" em "planos concretos" para o clima. De acordo com von der Leyen, "os compromissos atuais para 2030 não manterão o aquecimento global de até 1,5 ºC ao alcance".

Posso ajudar?