Economia

Uerj suspende aulas por não pagamento a terceirizados

Seis dias depois que o governo do Estado do Rio adiou para o dia 30 o pagamento às empresas terceirizadas (programado para o dia 17), a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) decidiu cancelar as aulas entre os dias 24 e 30 de novembro. Com a suspensão do pagamento dos salários de funcionários terceirizados dos setores de limpeza e vigilância, a maioria deles parou de trabalhar, segundo a instituição, e por isso o reitor Ricardo Vieiralves resolveu suspender as aulas.

Em nota divulgada nesta segunda-feira, 23, Vieiralves afirma que “a Uerj encontra-se em situação de insalubridade por conta da descontinuidade dos serviços terceirizados, que afeta a segurança das pessoas e do patrimônio, causada pela situação pública de grave crise de financiamento do Estado do Rio”.

“As negociações para o retorno à normalidade estão sendo realizadas durante toda esta semana e o governo acena com perspectivas de resolução”, continua a nota. “A situação atual aumenta o risco institucional”, mas “as unidades acadêmicas têm delegação para definir as atividades imprescindíveis”, afirma ainda o texto. “A administração central da Uerj funcionará normalmente”.

Na quarta-feira passada, 17, a direção da Uerj divulgou comunicado dirigido “à comunidade acadêmica” em que afirma que “fomos informados hoje (dia 17) pelo Secretário de Estado de Fazenda que todos os pagamentos previstos do Estado do Rio de Janeiro foram suspensos por falta de caixa” e que “essa situação atinge os bolsistas e residentes da UERJ e também o pagamento das empresas terceirizadas”. “Estamos atuando junto ao governo para a revisão dessa decisão, mas as expectativas são muito pequenas”, prossegue a nota.

Procurada pela reportagem no dia 18, a universidade se recusou a informar o valor das despesas que deixaram de ser pagas no dia 17 e a quantidade de alunos e de empresas prestadoras de serviço afetadas.

Queda de arrecadação

No dia 18, a Secretaria Estadual da Fazenda divulgou nota afirmando que em outubro de 2015 o governo do Rio arrecadou 16% a menos do que no mesmo mês de 2014.

“Inúmeras medidas têm sido tomadas para reduzir os efeitos da crise sobre as finanças fluminenses. Foram aprovados 11 projetos de lei na Assembleia Legislativa em nove meses, garantindo que os pagamentos dos servidores do Estado tenham ocorrido, até o momento, rigorosamente em dia, incluindo a primeira parcela do 13º salário. Já foram gerados R$ 12 bilhões em receitas extraordinárias no Estado em 2015, para cumprir os compromissos do governo com fornecedores e servidores. Todos os esforços estão sendo empreendidos para a geração de novas receitas. A orientação do governador Luiz Fernando Pezão é de prioridade absoluta para o pagamento dos servidores ativos e inativos. Sendo assim, para garantir o deslocamento de recursos para o Rio Previdência, o pagamento dos fornecedores foi suspenso nesta semana e será retomado até o final deste mês”, conclui a nota.

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