Com o longa Operação Avalanche, começa nesta quarta, 8, em Curitiba a 5.ª edição do Olhar de Cinema. O filme, dirigido por Matt Johnson, volta aos anos 1960, durante a Guerra Fria entre as duas superpotências. Na trama, especula-se a existência de um infiltrado soviético incumbido de sabotar o programa Apollo, cuja missão era enviar o primeiro homem à Lua.
Esse é o pontapé inicial de uma ambiciosa programação, dividida em várias mostras ou segmentos do festival. Em primeiro lugar, deve-se destacar a mostra competitiva, filé mignon de qualquer festival de cinema. Esta é composta de dez longas-metragens e nove curtas. A proposta é que, embora não renunciando ao caráter de pesquisa de linguagem e experimentação, eles sejam acessíveis ao público, um desafio duplo.
Entre os competidores, há três estreias brasileiras: O Estranho Caso de Ezequiel, de Guto Parente, Eles Vieram e Roubaram Sua Alma, de Daniel de Bem, e A Cidade do Futuro, de Cláudio Marques e Marília Hughes. Eles disputam os prêmios com Outro Ano (China), Gulistan, Terra das Rosas (Canadá e Alemanha), Irmãos da Noite (Áustria), Maestà (França), Antonia (Itália), O Vento Sabe Que Eu Volto para Casa (Chile) e A Última Terra (Paraguai). Tudo novidade.
Isso não quer dizer que não haja sessões reservadas ao panorama histórico. A mostra Olhar Retrospectivo recorda os 40 anos da morte de Luís Sérgio Person programando algumas de suas obras mais significativas como São Paulo S/A. Olhares Clássicos apresenta filmes consagrados em cópias novas. Entre eles, Como Era Verde Meu Vale, de John Ford, Mouchette, de Robert Bresson, e Amarcord, de Federico Fellini.
A mostra Outros Olhares seleciona filmes – curtas e longas – com maior radicalidade de proposta estética. É o setor mais experimental do festival. São, na definição da equipe que o programa, “filmes que fogem do comum e daquilo que estamos acostumados a encontrar nas salas de cinema”. A Mostra Mirada Paranaense é reservada à produção local.
Além do cardápio de filmes, Curitiba sediará uma diversificada programação de seminários, com temas como Curadoria e Programação, Mulheres no Cinema, Cultura na Era do Golpe, Conversas sobre Person e Crítica e Curadoria, além de uma masterclass ministrada pelo diretor Matías Piñeiro, homenageado pelo evento. O festival termina dia 16 com a exibição de A Comunidade, do dinamarquês Thomas Vinterberg.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.