Depois de fazer críticas indiretas ao presidente Jair Bolsonaro no seu discurso da vitória, o prefeito reeleito de São Paulo Bruno Covas (PSDB) telefonou para o chefe do Executivo federal na segunda-feira. Na véspera, Covas disse que "restam poucos dias para o negacionismo", ao comentar sobre pessoas que minimizam o efeito da pandemia do novo coronavírus.
Em entrevista ao <b>Estadão</b> ontem, Covas disse que, ao citar o negacionismo em seu discurso, não se referia "só ao presidente Bolsonaro, que entende que isso é uma gripezinha", mas a uma parte da população que pensa assim.
A conversa entre Covas e Bolsonaro foi revelada pela <i>GloboNews </i>ontem e confirmada pelo <b>Estadão</b>. Eles devem marcar um encontro em São Paulo ou Brasília. A expectativa é que o prefeito reeleito tente manter uma relação institucional com o presidente da República.
Durante a campanha, o tucano disse que Bolsonaro "virou as costas à cidade", por diminuir a transferência de recursos para a cidade e sempre deixou claro que anulou o voto no segundo turno de 2018. Bolsonaro apoiou Celso Russomanno (Republicanos), que terminou em quarto na disputa da capital. No Planalto, havia a preocupação que a vitória de Covas poderia fortalecer o projeto presidencial do governador João Doria (PSDB), desafeto do presidente.