Um dia depois do temporal que deixou boa parte de São Paulo submersa, a cidade amanheceu nesta terça-feira, 11, com uma fina garoa, o trânsito habitual e a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) fechada. No interior, contudo, o número de mortos pelos temporais chegou a quatro, enquanto uma pessoa ainda está desaparecida.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), após cair 114 mm de chuva na segunda-feira na capital, nesta terça já foram registrados 43 mm. No total, os 11 primeiros dias de fevereiro tiveram 342 mm – em condição normal seriam 249 mm.
A chuva fraca que caiu na capital não atrapalhou o trânsito. Já sem alagamentos, os motoristas não tiveram dificuldade para se deslocar. O rodízio de veículos está suspenso. Os trens do Metrô também circularam normalmente, com exceção da Linha 9 – Esmeralda, da CPTM, que operou durante parte da manhã com velocidade reduzida.
Bairros da zona oeste da capital amanheceram limpos nesta terça-feira. A reportagem percorreu trechos da Barra Funda, Perdizes, Sumaré, Alto da Lapa e Vila Leopoldina e não encontrou lixo acumulado nem pontos de alagamento.
<b>Ceagesp segue fechada</b>
Também pela manhã, permissionários trabalharam para limpar as áreas afetadas pelas fortes chuvas. Milhares de caixas de frutas tiveram de ser descartadas e os comerciantes ainda não conseguem estimar o prejuízo.
Permissionário do box, Carlos Previtali, de 55 anos, diz que não há previsão de desabastecimento nem aumento de preços. "No caso das frutas, as lojas estão abastecidas. Estou com estoque e os fornecedores vão mandar mais. Não tem esse negócio de subir o preço."
Vendedor da TH, Ricardo Delvecchio, de 42 anos, disse que estava com outro funcionário quando começou a inundação dos estandes. "A gente chegou às 2h20 e a água subiu muito rápido. O nosso prejuízo não foi tão alto porque a gente conseguiu subir a mercadoria."
Em todos os corredores, funcionários desinfetavam o chão e as paredes, que ainda tinham manchas de lama. Do lado de fora, as mais diferentes frutas eram descartadas, formando montanhas de melão, melancia, abacaxi e laranja.
Situação de emergência em outros municípios de São Paulo
Segundo a Defesa Civil do Estado de São Paulo, as chuvas de segunda-feira causaram vários transtornos, principalmente, nas regiões do Vale do Ribeira, Região Metropolitana de São Paulo, Osasco, Baixada Santista e Alto Tietê. Até o momento, os municípios de Botucatu, Laranjal Paulista e Taboão da Serra decretaram situação de emergência.
Decretada no início da semana passada, os municípios de Andradina, Salto, Santa Cruz da Esperança mantém a situação de emergência. Em todo o Estado paulista, até o momento, foram contabilizados 142 desabrigados e 516 desalojados.