Há quase três anos, Ruth Manus estreava na literatura com Pega Lá Uma Chave de Fenda – E Outras Divagações Sobre o Amor, um livro escrito a convite da editora Benvirá. Ruth era blogueira do portal Estadão desde junho de 2014, fazia sucesso com seus textos e foi conquistando leitores fiéis. Muita coisa aconteceu depois disso. Ela ganhou uma coluna semanal no Caderno 2, mudou-se para Portugal, casou, passou a escrever para o Observador e assinou, com a Sextante, o contrato para seu segundo livro, que será lançado nesta terça-feira, 13.
Um Dia Ainda Vamos Rir de Tudo Isso terá sessão de autógrafos a partir das 19 horas, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.
Trata-se de uma seleção de suas crônicas e posts publicados no jornal “O Estado de S. Paulo” e no jornal português, além da apresentação de cerca de 15 textos inéditos. O primeiro livro era sobre relacionamentos. “Esse é sobre o cotidiano. Amores, angústias, trabalho, viagens, causas. Sobre o que vivemos no dia a dia e nem sempre temos tempo para refletir”, conta Ruth.
Entre os temas que mobilizam a cronista estão, por motivos profissionais, ela justifica, questões de gênero, de trabalho e de direito. “Mas tento escrever sobre um pouco de tudo e as coisas miúdas também têm um poder muito grande de nos fazer refletir sobre coisas maiores”, explica.
Para ela, o desafio do ofício segue sendo transformar o que é banal em algo interessante e em tentar identificar os anseios comuns e levá-los para o papel. “Também é um desafio o de encontrar assunto para tantos textos, mas a gente vai aprendendo a exercitar o olhar e a estar sempre um pouco alerta para encontrar novos temas.”
Um Dia Ainda Vamos Rir de Tudo Isso também presta homenagem aos mestres de Ruth: Drummond, García Márquez, Manoel de Barros, Vinicius e Clarice. Os textos sobre a vida estão no capítulo Sentimento do Mundo. As crônicas sobre sua história, em Viver Para Contar. Meu Quintal É Maior Que o Mundo reúne textos sobre as causas que ela abraça. Os escritos de viagens estão em O Caminho Para a Distância e os sobre amor, em Felicidade Clandestina. “Esses autores são mesmo minhas grandes paixões e não acho que seja coincidência o fato de eu escrever sobre temas que dialogam tão bem com as obras deles”, comenta.
E do que vamos rir, afinal? “Espero eu que de quase tudo. Das dores do passado, das angústias do presente. Espero que as coisas melhorem sempre (sou uma otimista incurável) e espero que tenhamos sempre humor para levar a vida para frente. E espero que um dia possamos rir de ter tido Bolsonaro como candidato, de ter visto a vulnerabilidade da nossa democracia e, enfim, ter boas perspectivas para o futuro”, responde.
UM DIA AINDA VAMOS RIR DE TUDO ISSO
Edit.: Sextante
(256 págs.; R$ 29,90). Lançamento: 3ª (13), 19h, Livraria Cultura Conj. Nacional
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.