Ter uma segunda chance na vida, após um acidente fatal, vai fazer quatro pessoas olharem para o mundo de uma forma diferente, aproveitando ao máximo cada minuto do seu dia. Neném (Vladimir Brichta), Paula (Giovanna Antonelli), Guilherme (Mateus Solano) e Flávia (Valentina Herszage) não se conheciam até estarem no mesmo voo e não sobreviveram à queda, mas recebem de dona Morte uma nova oportunidade, que agarrarão com unhas e dentes. No entanto, recebem também o aviso de que após um ano, um deles realmente morrerá, mas não saberão qual será esse escolhido. Assim tem início na TV Globo a nova novela das 7, Quanto Mais Vida, Melhor!, de Mauro Wilson, que estreia nesta segunda, 22, com direção artística de Allan Fiterman.
Sendo assim, cada um fará o máximo para conseguir reparar erros ou conseguir realizar sonhos adormecidos.
No caso de Neném, um jogador de futebol em declínio vai se empenhar em retomar a carreira. Empresária da área de cosméticos, Paula precisa tirar sua empresa da crise financeira e acredita que a solução está na conquista do público masculino.
Terceira sobrevivente, Flávia é dançarina de pole dance na boate Pulp Fiction e seu forte é entrar em confusões. Ela quer encontrar uma forma de mudar sua vida e achar o amor.
Um deles é o renomado médico Guilherme e sobre ele o ator Mateus Solano respondeu a algumas questões por e-mail. Ao jornal O Estado de S. Paulo, ele conta como se preparou para viver mais esse protagonista, que mostrará um lado musical, mas contou ainda sobre seu lado de luta pela preservação do meio ambiente, algo que pratica no seu dia a dia.
<b>Quem é o dr. Guilherme?</b>
Dr. Guilherme é o melhor cirurgião cardíaco da América Latina, mas não sabe nada sobre o próprio coração. Nós começamos a novela conhecendo um homem seco, machista, controlador que vai ser colocado em xeque pela morte já no primeiro e no segundo capítulos com essa promessa de um ano de vida para um do quatro (que estão no acidente aéreo). Isso faz ele, pela primeira vez, olhar pra dentro e repensar seus conceitos.
<b>Como você compôs o personagem, teve orientação de algum médico?</b>
Para compor o Guilherme, tivemos, sim, a orientação de uma equipe médica durante toda a novela e, antes das gravações, pude assistir a uma cirurgia, o que foi muito importante não só para entender o dia a dia de um cirurgião, mas também para entender o tamanho da responsabilidade e do poder que um médico tem nas mãos todo os dias quando abre um paciente para "consertar".
<b>Seu personagem será do tipo que a gente vai odiar amar? Ou amar odiar?</b>
Não sei se esse vai ser um personagem que vai odiar amar ou amar odiar, mas eu tenho certeza de que é um homem com camadas, portanto um personagem pra se falar, pra conversar, pra tentar entender: "O que eu faria no lugar do Guilherme?!" ou "Olho esse tipo de atitude dele e será que também vejo esse tipo de atitude ao meu redor?". Acho que no meio da deliciosa comédia que é Quanto Mais Vida, Melhor!, o núcleo dos Monteiro Bragança vai dar o que pensar.
<b>O que tem de verdadeiro no personagem? Ele seria alguém que podemos encontrar no dia a dia?</b>
O Guilherme é um homem bastante comum hoje em dia. É um homem branco, rico, hétero, bem-sucedido e que por sê-lo já nasce cheio de privilégios que a gente vê no dia a dia do personagem. Também vemos discursos na casa dos Monteiro Bragança que nos levam a pensar sobre isso. São questões que vão vir à tona nesse núcleo.
<b>O modo como ele se vê como profissional reflete na relação pessoal?</b>
O modo como ele se vê profissionalmente reflete na relação pessoal sim. Guilherme se acha. O problema é que ele é muito f…, realmente. Ele é um grande profissional, o melhor da área dele no País. O problema é que ele sabe disso e não sabe lidar de uma forma sensata, sã, humilde.
<b>Verdade que vamos te ver tocando piano? Você é pianista mesmo ou teve de estudar para o personagem?</b>
Estudo piano há dois anos e meio e fiquei muito feliz com a possibilidade de o Guilherme poder tocar piano. Inclusive, pedi músicas para ensaiar. Então, tem muita coisa que eu ensaiei para tocar durante as cenas, sim.
<b>De onde vem esse seu lado tão preocupado com o meio ambiente?</b>
Desde criança fui criado como filho da natureza e não como dono dela. Portanto, minha relação sempre foi de reverência e pertencimento. Sem uma sociedade sustentável estamos fadados à extinção. Vejo tudo isso com muito assombro e uso meu espaço e meu tempo para viver de forma mais sustentável e influenciar as pessoas ao meu lado a também fazê-lo.
<b>Foi tranquilo formar uma família que te segue nessa questão ecológica? Todos curtem isso?</b>
A questão ecológica dentro da minha casa vai entrando de forma muito natural, muito orgânica. É claro que, muitas vezes, essa questão pode esbarrar no nosso conforto, mas rapidamente a gente arranja uma forma de ser confortável sem precisar ser nefasto com o meio ambiente. Quando a gente decide não usar mais sacolas plásticas é claro que isso, no início, causa um desconforto porque a gente esquece de trazer as sacolas retornáveis. Quando a gente quer parar de comer carne, é claro que no início a gente vai estranhar a comida vegana, mas isso é um rápido início e a gente se acostuma com os novos hábitos. O ser humano só precisa de um empurrão e esse empurrão (por que não?) pode ser sua consciência.
<b>Acredita que o ser humano ainda vai ter consciência sobre o meio ambiente?</b>
Saber que a gente precisa preservar e mudar nossa atitude diante do meio ambiente é uma unanimidade. Quando comecei a falar sobre meio ambiente, todo mundo, de todos os lados, de todas as crenças, veio falar: "É isso aí! Bravo!". Então, acho que a consciência de que existe uma questão ecológica todos nós temos. A questão é se estamos dispostos a mudar alguns hábitos. A gente fica esperando governo e empresas fazerem isso e esquecemos do poder do cidadão. É uma coisa que tem o seu tempo, mas se o tempo desse despertar de uma consciência ecológica e das ações ecológicas vão acontecer antes da aniquilação da humanidade, isso eu não sei.
<b>Vê o Brasil com chances de reverter algumas perdas nesse setor?</b>
Não só o Brasil, mas o mundo todo tem chances e já caminha a passos cada vez mais largos para reverter o que estão chamando de "perdas nesse setor do meio ambiente". Tem muitas perdas irreparáveis, sim. Aliás, a cada segundo a gente perde uma enormidade de espécies simplesmente pelos hábitos que a gente inventou aqui nesse planeta, mas acho que dá para reverter muita coisa.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>