Numa disputa eleitoral, é até normal que os dois candidatos que chegaram ao turno final da disputa presidencial sejam muito assediados por onde passam. Afinal, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) – um dos dois – será o próximo presidente do Brasil, o cargo mais importante e bastante almejado pelos políticos. Desta forma, soa natural que juntem multidões nas poucas – entre milhares cidades brasileiras – escolhidas para fazer campanha.
Porém, há que se ressaltar que os responsáveis pelas campanhas deveriam tomar cuidado ao escolherem os locais, horários e roteiros para seus candidatos, sempre levando em consideração a importância que o município e seu eleitorado tem no País. Lamentavelmente, Guarulhos – como já se tornou comum – não foi devidamente respeitada por responsáveis pela campanha de Dilma, na última quarta-feira.
A candidata, que já havia deixado os militantes guarulhenses frustrados em 4 de setembro, quando deixou de comparecer – na última hora – no comício armado com dinheiro, gente, equipamentos e veículos da Prefeitura de Guarulhos, não poderia apenas passar 16 minutos em um quarteirão do centro comercial da segunda mais importante cidade do Estado de São Paulo. Conforme publicaram quase todos os grandes sites de notícias do País e principais jornais brasileiros, a visita de Dilma foi marcada por uma grande confusão, fruto da desorganização da campanha e daqueles que a receberam em Guarulhos.
Diferente do que aconteceu no Rio de Janeiro no mesmo dia, quando militantes petistas foram para o enfrentamento durante caminhada de José Serra, chegando a ferí-lo, em Guarulhos não havia grupos de oposição à candidata. Nem tampouco grande presença da população. Havia em torno de Dilma, apenas a militância petista, formada – em boa parte – por funcionários comissionados da Prefeitura, simpatizantes e filiados ao PT, além de secretários municipais e do próprio prefeito Sebastião Almeida (PT). Ou seja, a confusão foi causada pelo próprio “fogo amigo”.
Mais uma vez, Guarulhos apareceu negativamente no noticiário da grande mídia, ao não saber receber a candidata que – de novo – lidera todas as pesquisas de opinião e é a grande favorita para governar o Brasil. Os profissionais da imprensa, que tentavam realizar seu trabalho, não ouviram uma palavra sequer da candidata. Afinal, seria natural que ela falasse de algum plano que poderia ter para Guarulhos, tamanha nossa importância para o País. Mas nada. Apenas empurrões, socos, pontapés. E caras fechadas, que nem de longe pareciam ser de militantes políticos na reta final de uma campanha tão importante.
Apesar de não haver mais tempo, que os petistas de Guarulhos saibam – após as eleições, caso Dilma saia vitoriosa – mostrar a ela a importância que a cidade tem. Para que não passe mais tempo ainda esquecida pelo Governo Federal, recebendo mais promessas do que realizações.