Em Canastra Suja, Caio Sóh busca o retrato em ¾ do que seria uma família disfuncional. Batista (Marco Ricca) e Maria (Adriana Esteves) formam o casal em aparência feliz, com suas duas filhas e um filho. Só que ele é alcoólatra e ela mantém um caso fora do casamento, ainda por cima com o namorado da filha mais velha, Emilia (Bianca Bin).
Acresce que o filho, Pedro (Pedro Nercessian) não vê qualquer motivo para estudar ou trabalhar. A caçula, Rita (Cacá Ottoni) encontra-se ainda mais distante e parece sofrer de autismo. O quadro é apresentado de modo algo teatral e evoca o universo de Nelson Rodrigues.
Tudo seria muito promissor, ainda mais quando se tem um elenco com Marco Ricca e Adriana Esteves, capazes de imprimir sutilezas e nuances mesmo a textos pouco propícios.
Acontece que nem eles conseguem salvar a trajetória de uma trama que afunda cada vez mais numa espécie de sordidez estetizada. O já citado Nelson Rodrigues conseguia extrair lirismo da pantanosa condição humana. Não é para todos.
Canastra Suja
(Brasil/2016, 120 min.)Dir. de Caio Sóh. Com Adriana Esteves, Marco Ricca, Bianca Bin, Marco Ricca
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.