Por Luiz Carlos Secco
Hoje, dia 5 de maio, é aniversário do meu filho caçula, Luiz Fernando. Em homenagem a ele, vou revelar a história de uma atraente garrafa de 4,5 litros de uisque escocês que me acompanha há quase 50 anos e que ganhei, no final de 1972 como reconhecimento à minha participação na fase inicial da carreira de Emerson Fittipaldi que culminou com a conquista do primeiro título mundial de um brasileiro na Fórmula 1.
Essa garrafa, que hoje está na residência do meu filho Luiz Fernando, ornou a minha sala de estar durante grande parte desse tempo e mais do que um troféu comemorativo é o símbolo de um dos mais importantes capítulos da história do automobilismo brasileiro e do nosso Páis no automobilismo internacional.
Foi idealizado pelo empresário Carlos Fanucchi de Oliveira, ex-diretor da Freios Varga, pioneira empresa brasileira dedicada ao desenvolvimento e produção de freios a disco e um dos primeiros patrocinadores de Emerson Fittipaldi quando iniciou sua carreira internacional, em 1969.
Fanucchi e Evânio Nunes Galvão, da Promax Bardahl foram os primeiros empresários a acreditar e apoiar Emerson Fittipaldi, quando ele decidiu ir para a Inglaterra para iniciar a disputa da Fórmula Ford, passo inicial para atingir o grande objetivo, que era a Fórmula 1.
Essa garrafa-troféu foi criada para comemorar a conquista por Emerson Fittipaldi do primeiro título de campeão mundial da Fórmula 1e a conclusão de um ciclo vitorioso que fez o Brasil voltar integrar a principal categoria do automobilismo mundial. Com a sua trajetória inédita e exitosa, Emerson deu a receita a outros pilotos sobre o caminho a ser seguido para fazer parte do cenário internacional.
Foi instituída também como gratidão aos profissionais envolvidos nessa verdadeira aventura iniciada três anos antes, vencida passo a passo e repleta de vitórias e sucessos.
Eu fui o único jornalista a receber esse troféu agraciado pela Freios Varga pelo apoio da Edição de Esportes do jornal O Estado de S. Paulo, na cobertura da fase inicial da carreira internacional de Emerson Fittipaldi.
Ao longo desses 50 anos essa garrafa permanece intocável e transformada em peça de lembrança desse empreendimento maravilhoso.
A garrafa me foi entregue na redação do jornal com a mensagem de agradecimento à ajuda e incentivo que eu havia dado ao Emerson Fittipaldi naquela importante fase da sua carreira e que resultou na conquista do inédito título para o automobilismo brasileiro.
O Haig é o mais antigo uísque escocês e pode até ter sido o primeiro a ser produzido. Tem uma rica história, desde que foi destilado pela primeira vez por John Haig, em Cameronbridge, na Escócia, em 1824. É considerado pelos especialistas como suave, sofisticado e elegante. Por sua imagem de elegância, o futebolista David Beckham foi utilizado em campanhas promocionais para realçar as virtudes do mais novo lançamento da marca, o Haig Club, um single grain uísque, embalado em uma inconfundível garrafa quadrada azul brilhante.
Atualmente, o Brasil não tem pilotos na Fórmula 1, interrompendo a consagrada participação nacional em provas Grand Prix, iniciada com Chico Landi, nos anos 40, e reiniciada no dia 18 de julho de 1970, por Emerson, no Grande Prêmio da Inglaterra, quando obteve o oitavo lugar pilotando um Lotus 49C.
Mas, como já comentei anteriormente, a nova diretoria da CBA — Confederação Brasileira de Automobilismo – tem planos para, a partir deste ano, voltar a dar ao País a reputação de fornecedor de grandes pilotos com o lançamento da categoria Fórmula 4.
Luiz Carlos Secco é jornalista automotivo com mais de 60 anos de carreira