Estadão

Uma Noite na Broadway celebra os mais de 20 anos de musicais no País

Em cena, dois protagonistas e cinco músicos: juntos, representam gerações de talentos que, há 21 anos, constroem e solidificam o musical produzido no Brasil. "É uma homenagem aos profissionais que tornaram esse gênero tão importante no País", comenta Stephanie Mayorkis que, por meio da IMM e da EGG Entretenimento, produz Uma Noite na Broadway, espetáculo com criação inteiramente nacional, que só terá duas sessões (dias 20 e 27) no Teatro Santander.

A comédia musical traz Fabi Bang como Bella Bianchi, atriz autocentrada que, depois de levar calote de uma agente que lhe prometeu vantagem na audição de um musical da Broadway, se vê sem dinheiro e sem moradia, em Nova York. Ela recebe ajuda de Jota Camargo, papel de Thiago Machado, ator brasileiro que já vive na cidade há cinco anos e cujo sonho de brilhar em uma carreira internacional por ora está suspenso, obrigando-o a viver de subempregos como garçom, contrarregra e vendedor no guichê da TKTS, empresa que comercializa ingressos mais baratos.

"Nossa vida já é um musical, basta encaixar as canções", brinca Fabi que, ao lado de Machado, figura no panteão dos grandes intérpretes do musical brasileiro. "Passamos por muitas provações, ouvimos muitos nãos, mas também tivemos imenso prazer em produções que fizeram sucesso."

Juntos, ela e Machado recuperam flashes desse passado, o que confere ao espetáculo um certo tom pessoal. "Buscamos celebrar nossa profissão e também os fãs, que ajudaram na consolidação do gênero no Brasil", observa Machado.

De fato, Uma Noite na Broadway traz 15 canções pinçadas de musicais cujas montagens nacionais marcaram época, como West Side Story, Mamma Mia!, Wicked, Um Violinista no Telhado, Les Misérables, A Pequena Sereia, Rent, O Rei Leão, A Bela e a Fera, O Fantasma da Ópera e Grease. E o trabalho de costurar essas músicas em uma trama que fosse coerente ficou a cargo de Marília Toledo e Emilio Boechat, roteiristas e produtores que conhecem com profundidade os grandes musicais.

Foi uma autêntica garimpagem. "Era preciso que as canções se adaptassem à história e não o contrário", conta Marília, que se debruçou sobre inúmeras músicas entre setembro do ano passado e janeiro de 2022 para montar a seleção final. "Quando cheguei ao projeto, o trabalho mais árduo já tinha sido feito pela Marília", conta Boechat, que partiu, então, para ajudá-la na confecção do roteiro.

A originalidade está, na verdade, na forma como as canções foram utilizadas, fora do contexto dos musicais para os quais foram criadas. "E de uma forma mais cômica", atesta Fernanda Chamma, responsável pela direção-geral. O <b>Estadão</b> comprovou ao acompanhar o ensaio de um dos números: em grande interpretação, Fabi canta um dos temas mais conhecidos de Les Misérables, I Dreamed a Dream. Mas, se no original a personagem Fantine sofre com incríveis dificuldades, aqui Bella lamenta que seu cartão de crédito está bloqueado.

"Para garantir a agilidade do espetáculo, as músicas foram encurtadas", conta Jorge de Godoy, que assina a direção musical com Rafael Marão. E, para executar as coreografias criadas por Fernanda Chamma, outros seis atores estarão em cena.

Ao produzir Uma Noite na Broadway, Stephanie realiza o desejo de criar um musical autoral, com estrutura menor dos trabalhos a que está acostumada a gerenciar, como Chicago, em cartaz no Santander, e A Pequena Sereia, que volta em julho. "É um aprendizado e também um teste de mercado para produções de menor porte", comenta.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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