Desta sexta, 7, e até 9 de abril, quando estreará o documentário Babenco – Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, de Barbara Paz, a Reserva Cultural estará apresentando, à razão de um filme por semana, a retrospectiva completa da obra de Hector Babenco. O início da programação, nesta sexta, 7, não é aleatório. Babenco nasceu nesse dia, em 1946, em Mar Del Plata.
O início não poderia ser mais glorioso – o maior filme do diretor, aquele responsável por sua consagração internacional, em 1980. Quando fez Pixote – A Lei do Mais Fraco, Babenco estava com 34 anos e já tinha dois filmes no currículo, O Rei da Noite e Lúcio Flávio – O Passageiro da Agonia. Nascido na Argentina, Babenco fez-se brasileiro. Gostava de dizer que foi por causa de Lúcio Flávio. Dada a natureza – e a voltagem crítica do filme -, a consolidação dos esquadrões da morte, nos porões da ditadura militar -, Babenco achava que só um autor brasileiro poderia, e deveria, abordar o tema.
E veio Pixote, que venceu o prêmio de melhor filme estrangeiro pela crítica de Nova York e ainda valeu a Marília Pêra o prêmio da Associação Nacional de Críticos dos EUA. Um retrato violento da infância carente no Brasil. O pequeno Pixote vai parar no reformatório, que, em vez de lhe dar uma oportunidade, aprimora sua formação como criminoso. Algumas cenas são antológicas – a da Pietà, principalmente.
Pixote provocou muita polêmica porque o ator que fazia o papel, Fernando Ramos da Silva, seguiu carreira no crime e foi morto pela polícia em 1987. Babenco sempre possuiu uma direção de cena forte. Seguiu filmando, até morrer, em 2016. Pixote é sua obra-prima.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>