A umidade relativa do ar no município chegou nesta segunda-feira a 20%, o limite entre os estados de atenção e de alerta. É o que constatou o Laboratório de Meteorologia da Universidade Guarulhos (UNG). O índice está abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O professor Alexandre Coutinho, do Laboratório da UNG, comenta que a situação do ar nos últimos dias é preocupante e explica como se dá a baixa da umidade relativa do ar. "Está relacionada à interferência de uma massa de ar quente e seca que predomina, gerada no interior do continente", disse.
O professor Coutinho menciona ainda a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), que aponta a chegada de uma malha úmida hoje, sendo que há possibilidade de chuva para amanhã. A previsão é compatível com a divulgada pelo ClimaTempo, que aponta leve queda de temperatura e chuva nos períodos da tarde e da noite de quarta-feira. Ainda segundo o ClimaTempo, a umidade do ar deve melhorar e pode chegar a 61%.
Problemas – Com a má qualidade do ar, a população guarulhense sofre com doenças e desconforto e adota medidas paliativas enquanto não chove na cidade. A operadora de telemarketing, Rosana Aparecida, 33 anos, conta que costuma colocar bacias com água nos quartos, no entanto, teve que levar o filho ao médico com problemas respiratórios. "Meu filho teve broncolite e passou dois dias internado por causa da qualidade do ar", disse Rosana, que também reclama da secura na garganta e no nariz.
A aposentada Norma das Graças dos Santos, 61 anos, sente ardência nos olhos e conta que o mesmo teve a neta de 10 anos internada. "Ela estava com falta de ar e acabou ficando um dia no hospital", disse Norma, que procura espalhar toalhas molhadas pela casa para amenizar o problema.
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde, a procura por atendimento médico decorrente de problemas respiratórios não aumentou depois do último feriado. A Pasta informa ainda que, no Hospital Municipal da Criança, a demanda nessa época do ano costuma ser maior, porém, vem se mantendo na média dos últimos anos.
Enquanto não chove e o ar continua seco, as recomendações da Secretaria de Saúde são aquelas de praxe: consumir bastante líquido, evitar exposição ao sol entre as 10h e as 17h, não realizar exercícios físicos entre as 11h e as 15h, colocar toalhas umedecidas no quarto e cuidar da hidratação do corpo.