Um mês após anunciar medidas para estimular o consumo, o governo federal dá mostras de que não economizará esforços para tentar segurar a economia neste ano eleitoral. Afinal, o acirramento da crise, neste momento, poderia ser decisivo nos resultados das eleições de outubro. Aproveitando os bons índices de aprovação do governo Dilma pela população, que parece não se deixar influenciar pela série de problemas políticos que afetam diretamente o primeiro escalão, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta-feira que o governo vai gastar R$ 8,43 bilhões em compras governamentais para estimular a economia brasileira.
Os recursos fazem parte do PAC Equipamentos – Programa de Compras governamentais. São aquisições concentradas no segundo semestre de 2012. Parte do montante que será gasto pelo governo já estava prevista no Orçamento de 2012. Para chegar aos pouco mais de R$ 8 bilhões previstos para as compras serão liberados R$ 6,611 bilhões adicionais por meio de Medida Provisória. Com isso, o PAC total de 2012 subirá de R$ 42,6 bilhões para R$ 51 bilhões.
Dentro do projeto de aquisições do governo está a compra de oito mil caminhões a um custo total de R$ 2,280 bilhões. Os veículos seriam usados em ações contra a seca, para reequipar as Forças Armadas e em municípios com problemas de clima. As compras representariam 8,4% da produção do setor de caminhões no segundo semestre do ano.
Já as polícias Federal e Rodoviária Federal terão R$ 22 milhões para a compra de 500 motocicletas. Para o setor de Defesa, estão previstos 40 Blindados Guaranis por R$ 342 milhões e 30 veículos lançadores de mísseis por R$ 246 milhões. Segundo Mantega, os equipamentos militares correspondem a 100% da produção do setor.
A área de Educação, porém, foi menos privilegiada. Para as escolas, serão adquiridos 8.570 ônibus por R$ 1,714 bilhão, número equivalente a 36% da capacidade produtiva do setor no País. Outros R$ 456 milhões serão destinados à compra de 3 milhões de peças de mobiliário escolar.