O Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) autorizou o envio de uma força de paz com 5.000 soldados e policiais para o Burundi, onde o avanço da violência – que começou diante da permanência prolongada do presidente, Pierre Nkurunziza, no poder – levou o país à beira da guerra civil.
Segundo a UA, uma Missão de Prevenção e Proteção Africana será implantada no país por pelo menos seis meses, podendo ser estendida. O mandato da força de paz incluirá a proteção de civis, que estão sob ameaça iminente na nação centro-africana e ajudar a criar condições para a realização do diálogo. O anúncio foi feito na noite de sexta-feira.
Neste sábado, o ministro de Defesa de Uganda anunciou que 14 grupos do Burundi irão se reunir no dia 28 de dezembro para discutir os conflitos no país. Entre os grupos que participarão das negociações estão o partido que está no poder, os partidos da oposição e organizações civis, disse Crispus Kiyonga, que é também o facilitador das negociações de paz mediadas pela Comunidade do Leste Africano. O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, irá moderar as conversações, disse ele.
Apenas na semana passada, 87 pessoas foram mortas quando pessoas não identificadas atacaram três instalações militares. Ao menos 400 pessoas foram mortas desde 26 de abril, quando o partido no poder anunciou a decisão de Nkurunziza a concorrer um terceiro mandato, algo que a Constituição do país proíbe. A violência aumentou depois que o presidente foi reeleito em julho.
Segundo os diretos humanos do país, cerca de 3.500 pessoas foram presas durante a crise política e 220 mil fugiram. Fonte: Associated Press
