O Conselho Europeu anunciou os candidatos nomeados aos principais cargos da União Europeia (UE), com a francesa Christine Lagarde, hoje diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), apontada para substituir Mario Draghi na presidência do Banco Central Europeu a partir de novembro.
Após o anúncio, Lagarde se disse “honrada” e afirmou que decidiu se afastar temporariamente das responsabilidades no comando do FMI durante o período de nomeação.
Questionado sobre se o fato de a francesa já ter sido ministra das Finanças no seu país não mina a credibilidade de que o cargo no BCE é estritamente “técnico”, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, respondeu estar absolutamente seguro de que ela será uma presidente do BCE “muito independente”.
A candidatura de Lagarde dependerá, em última instância, de confirmação em uma votação com “maioria qualificada” do Conselho Europeu, ou seja, em que ao menos 16 dos 28 Estados-membros votem a favor e os Estados-membros que votarem a favor representem ao menos 65% da população total da UE.
Antes disso, contudo, o órgão que reúne os chefes de governo de todos os Estados-membros do bloco consultará o Parlamento Europeu e o conselho do próprio BCE.
A ministra da Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, da mesma União Democrata-Cristã (CDU, na sigla em alemão) da chanceler Angela Merkel, foi proposta como candidata à presidência da Comissão Europeia, o braço Executivo da UE. Nesse caso, o Parlamento Europeu tem, de fato, a palavra final sobre aprová-la ou não em votação no plenário da Casa.
Já o primeiro-ministro da Bélgica, Charles Michel, foi eleito diretamente como o novo presidente do Conselho Europeu e não depende de demais etapas no processo de nomeação.
Para o comando da diplomacia da UE foi nomeado o ministro das Assuntos Exteriores da Espanha, Josep Borrell Fontenelles, na figura do alto representante para Assuntos Exteriores e Política de Segurança.