Estadão

União Brasil tem 5 dias para rebater versão de ministra do Turismo no TSE

O União Brasil terá cinco dias para rebater as acusações feitas pela ministra do Turismo, Daniela Carneiro, e por cinco deputados que acionaram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar deixar o partido sem perder os mandatos.

O processo foi distribuído ao gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, que se aposenta oficialmente nesta terça-feira (11). Em decisão assinada na noite desta segunda, 10, o ministro abriu prazo para o União Brasil enviar uma resposta ao TSE.

Lewandowski alerta que, se o partido não encaminhar os esclarecimentos no prazo, o tribunal vai presumir que as acusações são verdadeiras.

"Cite-se o requerido para, querendo, apresentar resposta no prazo de 5 (cinco) dias, contados da citação, devendo constar do mandado expressa advertência de que, em caso de revelia, presumir-se-ão verdadeiros os fatos afirmados na inicial", diz o despacho.

Com a aposentadoria, Lewandowski será substituído no TSE pelo ministro Kassio Nunes Marques, que deve herdar o processo.

<b>Debandada</b>

Além da ministra do Turismo, também pediram desfiliação os deputados Chiquinho Brazão, Juninho do Pneu, Marcos Soares, Ricardo Abrão e Dani Cunha, todos do Rio de Janeiro.

Eles acusam a direção do União Brasil de assédio e de tentar centralizar a gestão dos diretórios estaduais.

Deputados e senadores precisam de autorização para deixar o partido pelo qual se elegeram porque a Justiça Eleitoral considera que os mandatos pertencem às siglas e não aos candidatos. O cálculo eleitoral considera também os votos na legenda.

O União Brasil nasceu no ano passado da fusão do PSL e DEM. O presidente é o deputado Luciano Bivar.

Com a crise aberta no partido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisará decidir se mantém Daniela Carneiro no cargo. Ela é uma das três indicações do União Brasil para o alto escalão do governo.

A ministra esteve no centro de um dos primeiros desgastes do terceiro mandato de Lula. Reportagens da <i>Folha de S. Paulo</i> mostraram que ela recebeu apoio de milicianos no Rio de Janeiro.

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