Estudantes universitários da USP, Unifesp, Unesp, PUC Campinas, Universidade Federal de São João del-Rei, Universidade Federal do Rio de Janeiro e Universidade Federal do Ceará deixam Guarulhos neste domingo (1º) depois de uma jornada de uma semana visitando unidades de saúde e hospitais, e conhecendo o funcionamento do SUS na cidade. Eles fazem parte do Programa VER -SUS Brasil (Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde do Brasil) do Ministério da Saúde.
O Programa, desenvolvido em parceria com a Rede Unida e a Fiocruz, tem por objetivo estimular a formação de trabalhadores para o SUS, comprometidos eticamente com os princípios e diretrizes do sistema e que se entendam como atores sociais, agentes políticos, capazes de promover transformações. No entanto, não é requisito para a participação que o estudante esteja cursando uma faculdade na área de Saúde, podendo se inscrever alunos de várias áreas de formação.
Foi o que aconteceu com o heterogêneo grupo de 15 estudantes que veio para Guarulhos, dentre os quais duas universitárias do curso de Gestão de Políticas Públicas na USP. Do total de participantes, 12 são chamados de viventes (apelido dado aos que vão vivenciar pela primeira vez esse estágio no SUS) e três facilitadores (alunos que já participaram do VER-SUS e que atuam como interlocutores entre a coordenação do programa, as secretarias, universidades e novos participantes).
Para Felipe Daiko, estudante de Saúde Pública na USP, facilitador e integrante da Comissão Organizadora do Programa, o VER-SUS possibilita a percepção da grandiosidade do SUS, proporcionando diversas visões sobre o conceito saúde e o conhecimento do território de forma diferente. “Vimos que a intersetorialidade ainda é muito deficiente e é justamente isso que esse projeto estimula”, disse.
O VER-SUS é realizado por meio de uma metodologia de imersão com duração de 7 a 15 dias, de forma transdisciplinar, com a participação de estudantes de graduação, residentes, técnicos e movimentos sociais. Nesse período, os participantes ficam hospedados juntos para que ocorram momentos de diálogo e troca de experiências relacionadas às vivências de cada dia.
Ao vivenciar o funcionamento do SUS nos municípios, os universitários aprendem sobre financiamento, estratégias de controle e auditoria, formulação de políticas técnicas, ordenamento do trabalho e da rede assistencial, interpretação demográfica e epidemiológica e a descentralização da gestão, além da compreensão das diferentes esferas de gestão e o exercício do controle social sobre o setor saúde.
Larissa Brito, estudante do curso de Serviço Social da URFJ, também aprovou a experiência. “Estou achando o máximo, aprendendo muito sobre o SUS e conferindo de perto suas conquistas e desafios. Isso é muito importante, porque possibilita uma visão mais ampliada da Saúde”, explicou.