O candidato do PMDB ao governo do Estado, Paulo Skaf, disse nesta sexta-feira, 12, em Poá, na Grande São Paulo, que as urnas vão dizer quem é o governador do povo. “O Alckmin e o Padilha estão dizendo que eles são o governador do povo. É uma falta de humildade e um desrespeito, pois quem vai dizer isso é o povo nas urnas.” Skaf respondeu às críticas dos adversários Geraldo Alckmin, do PSDB, e de Alexandre Padilha, do PT, que o consideram um “candidato dos patrões” e “distante dos pobres”. “O dia que eu for governador, vou ser governador do povo, sim.”
O peemedebista reafirmou que vai criar a Secretaria Especial do Povo, proposta que se tornou alvo dos adversários. Na beira de um córrego poluído, numa região de favelas entre Itaquaquecetuba e São Paulo, ele voltou a criticar a ausência do Estado. “Aqui você não tem o Estado, não tem escola, não tem posto de saúde, não tem nada. Esse esgoto todo vai dar no rio Tietê, vai sujar mais o rio. Certamente o governador Geraldo Alckmin nunca veio aqui.”
O peemedebista voltou a escolher uma área na extrema periferia para gravar sua propaganda eleitoral e atacar o governador, seu principal adversário e líder nas pesquisas. Ele fez corpo-a-corpo na Vila Áurea, em Poá, e depois seguiu para o Jardim Miraí, já no município de Itaquaquecetuba. Acompanhado pelo presidente da Associação de Moradores, Alberto Feitosa, ouviu queixas das donas de casa contra a falta de posto de saúde e escola. “Pra gente ser atendida em Poá, tem de mentir que mora em outro bairro, senão é barrada”, disse Tatiana Silva de Lima. “O esgoto passa embaixo de casa e está infestado de ratos”, reclamou Zildete Santana Alves.
A dona de casa Eliana Socorro Soares reclamou dos políticos que só fazem promessa. “Vêm aqui só na hora de pedir o voto”, protestou em voz alta. Skaf disse que estava no bairro para ouvir e, se eleito, tomar providências. “O candidato promessinha não sou eu”, respondeu. Ele disse que, se for eleito, vai cumprir o que prometeu. “Não quero ser conhecido como o candidato que fala as coisas e não faz.”
Depois de tentar convencer Anderson de Araujo, de 19 anos, desempregado, a fazer um curso técnico, ele passou sobre uma pinguela de madeira, conhecida como “ponte da morte”. “Como o governador não se envergonha de ter isso no Estado dele?”, perguntou a um morador.
Temer
O candidato do PMDB atribuiu a uma diferença de agenda o fato de, no mesmo dia, o vice presidente da República e líder de seu partido, Michel Temer, não ter se encontrado com ele em São Paulo. Temer cumpria agenda em campanha para a presidente e candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, em Tietê, interior de São Paulo. “Na verdade, cada um está fazendo uma agenda porque o Estado é grande e os problemas são muitos. Eu sei que ele está em Tietê, mas eu já tinha assumido o compromisso de hoje estar aqui”, disse.
Ele não quis comentar o fato de não acompanhar seu partido no apoio à reeleição de Dilma. “Quero ouvir o povo de São Paulo e tenho ouvido nas ruas que o povo está cansado PT e do PSDB e quer mudanças. Temos crescido (nas pesquisas) como uma nova opção, por isso estou concentrado nas eleições paulista”, afirmou.