A Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID, na sigla em inglês) vai liberar cerca de US$ 331 milhões para ajuda alimentar e humanitária a países da América Latina e do Caribe. O anúncio foi feito pela gestora da agência, Samantha Power, durante o foro "A crise alimentar global e as Américas", convocado pela ONG Pacific Council on International Policy, realizado na quinta-feira, 9. A informação é do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
"Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, foram retirados cerca de 27 milhões de toneladas de trigo, milho e cevada do mercado mundial de alimentos. Somente neste ano, até 40 milhões de pessoas no mundo poderão ser empurradas pela guerra para a pobreza e a fome", afirmou Samantha na nota.
"Sabemos que a crise não será solucionada com assistência alimentar, pois o que se requer são soluções de longo prazo por meio de investimento a fim de que os agricultores possam produzir mais. Mas esta crise também representa uma oportunidade para as Américas, que produzem um terço dos alimentos no mundo e podem produzir ainda mais", observou a responsável pela USAID.
Power informou que o governo do presidente Joseph Biden está trabalhando para que os países das Américas possam se libertar da dependência da Rússia no fornecimento de fertilizantes e, por meio da ciência e da inovação, aumentar a sua receita apesar da mudança do clima.
O diretor geral do IICA, Manuel Otero, destacou a necessidade de se criar uma parceria continental para o enfrentamento da insegurança alimentar. "Por meio dela, o continente americano poderá se projetar no mundo e assumir a sua responsabilidade como avalista da segurança alimentar e sustentabilidade ambiental globais. Também significará mais emprego, mais renda e maior qualidade de vida. Precisamos de mais instituições e mais investimentos", afirmou.
Otero observou que América Latina e o Caribe foram a região do mundo mais afetada nas áreas econômica e social pela pandemia, a que se somou o impacto de eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e, agora, as consequências da guerra no Leste Europeu que acarretou aumento nos preços de alimentos, energia e fertilizantes.