Pesquisa realizada pela Acxiom, empresa especializada em serviços e tecnologia de marketing, revela que 46% dos consumidores utiliza cartão de débito na hora da compra nos Estados Unidos. Esse número mostra uma tendência para o Brasil nos próximos anos e uma mudança nos hábitos dos consumidores. No país, o uso de cartões de crédito subiu de 8% para 13% de 2007 a 2010, enquanto o de cartões de débito, de 8% para 14%, de acordo com pesquisa realizada em março pelo Banco Central no Brasil.
A escolha de como pagar por uma compra é pessoal, e a decisão é feita por uma combinação de fatores racionais e irracionais. O estilo de vida, o lugar onde vivem e a idade dos consumidores influenciam fortemente na forma de pagamento. Segundo a pesquisa, sete em cada 10 americanos utiliza cartão ao fazer compras. A pesquisa foi realizada com 2.998 consumidores e mostrou que 46% das pessoas preferem pagar com cartão de débito, 23% com cartão de crédito e 16% com dinheiro. Entre os entrevistados, 25% – que representam um potencial de US$ 700 bilhões em transações anuais – aceitaria mudar o método de pagamento caso recebesse alguma forma de benefício das empresas de cartão, por exemplo.
"Os americanos são atraídos pela baixa taxa de juros, oportunidade de acumular e utilizar pontos facilmente, programas de recompensa, controle de gastos. Já para os brasileiros o principal atrativo é a possibilidade de postergar e programar o pagamento para uma data fixa mais apropriada (isso vem da memória inflacionária devido ao longo período com inflação no Brasil) e a facilidade no parcelamento das despesas, resultando em aumento do poder de consumo", explica Eduardo Ramalho, diretor de desenvolvimento de negócios da Acxiom Brasil.
De acordo com a empresa, no futuro o uso do plástico no Brasil deverá aumentar. Mas para que isso aconteça, as empresas brasileiras devem entender melhor o comportamento de compra dos usuários de cartão e personalizar a oferta adequada ao perfil de compra. " Se o consumidor é um parcelador de pagamento contumaz, ainda que a empresa se beneficie muito dessa prática, pois os juros são altíssimos, o melhor seria ofertar um empréstimo pessoal onde os juros são mais baixos. Ao adotar essa prática, o consumidor percebe que a empresa está ajudando ele e vai retribuir com a fidelidade", explica Ramalho.