A vacinação contra a hepatite A em clínicas particulares está sendo prejudicada pela falta do imunizante em todo o País. Segundo a Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC), as doses para crianças acabaram no mês passado e a versão para adultos está em falta há cerca de seis meses.
“A hepatite A é só mais uma doença que está voltando. A demanda aumentou e as fábricas não têm uma resposta imediata. Para a gente, que trabalha com prevenção, isso é muito ruim”, afirma Geraldo Barbosa, presidente da associação.
Segundo Barbosa, a vacina custa de R $ 160 a R$ 180 na rede privada e são dadas duas doses do imunizante, sendo uma delas de reforço.
E é essa segunda dose que a publicitária Cristina Voltarelli, de 38 anos, está procurando para o filho de 1 ano e 8 meses. Ele iniciou a imunização na rede privada e, agora, ela não consegue encontrar a vacina.
“Está em falta desde setembro. Liguei nas clínicas e ninguém tem esse imunizante.” Moradora de São Caetano do Sul, no ABC paulista, ela diz que também tentou, sem sucesso, em clínicas da capital.
“Como ele tomou a primeira dose, está protegido, mas estou tomando os cuidados básicos. Quando a gente sai, evito saladas cruas, porque não sei como são lavadas.”
A multinacional farmacêutica Sanofi Pasteur informou, em nota, que houve um aumento inesperado da demanda pela vacina contra a hepatite A. “Como o imunizante é produzido fora do País, precisa cumprir diversas regras sanitárias de importação”. A empresa disse ainda que trabalha para atender aos novos pedidos o mais rápido possível, mas não informou prazos.
A GSK, outra multinacional farmacêutica, também disse enfrentar problemas de desabastecimento. Informou que a vacina para adultos que previne contra as hepatites A e B ainda está disponível em algumas clínicas, mas as doses recebidas pela empresa não foram suficientes para atender todos os interessados.
“Em relação à vacina que previne contra a hepatite A pediátrica e adulta, a regularização dos estoques tem previsão para 2018”, disse, em nota. A GSK ainda informou que continua trabalhando para regularizar estoques no próximo ano.
Transmissão
De acordo com Umbeliana Barbosa, do Ambulatório de Hepatites do Instituto Emílio Ribas, a eliminação do vírus ocorre até oito semanas após o aparecimento dos primeiros sintomas. “O tempo de transmissão é prolongado, mas a pessoa não continua infectando após estar curada e não se infecta mais com o vírus”, explica a infectologista.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.