A mineradora Vale captou na terça-feira, 7, um total de US$ 1,25 bilhão em uma emissão de bônus com vencimento em junho de 2021da subsidiária Vale Overseas. O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que a demanda alcançou mais de US$ 4 bilhões.
A companhia vai pagar retorno de 5,875% aos investidores. No anúncio ao mercado, a Vale inicialmente ofereceu como referência retorno de cerca de 6%. O objetivo da mineradora é usar o valor arrecadado para pagar dívidas.
“A empresa ganha colchão de liquidez no curto prazo com essa emissão”, avaliou um analista que preferiu não se identificar. Ele acrescentou que a operação faz parte de um “processo natural de refinanciamento” da companhia.
O custo foi considerado compatível com o das últimas emissões da empresa. “A Vale tem algumas dívidas emitidas anteriormente, com vencimento em cinco a seis anos, com custo bastante compatível com o da nova emissão”, disse o analista.
Um prospecto preliminar da oferta será protocolado na Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos.
De acordo com a Vale, Bradesco BBI, BB Securities, HSBC Securities (USA), Merrill Lynch, Pierce, Fenner & Smith Incorporated e o Santander Investment Securities serão os coordenadores da oferta.
Captações
A recente melhora do mercado de dívidas abriu caminho para captações internacionais. Além da Vale, a Petrobras captou US$ 6,75 bilhões e a Marfrig, US$ 750 milhões, em maio. Outras duas empresas estão sondando o mercado de dívida externo. A Eldorado Brasil, de celulose, está em roadshow e pretende captar US$ 500 milhões. A Cosan também está planejando uma emissão de bônus no mercado externo.
As ações da Vale fecharam ontem em queda, apesar da alta de 3,4% na cotação do minério de ferro na China. As preferenciais (sem direito a voto) caíram 0,15%, enquanto as ordinárias (com direito a voto) recuaram 1,89%.
Decisão judicial
A Justiça do Rio revogou na terça decisão de primeira instância que suspendia as atividades da empresa no Porto de Tubarão, em Vitória (ES). A 2ª turma do Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro revogou a determinação da Justiça Federal do Espírito Santo, que havia decretado a suspensão das atividades da companhia nos píeres de minério e de carvão no Complexo de Tubarão por suposto crime ambiental.
O porto é usado para movimentar minério de ferro e pelotas, carvão, grãos, fertilizantes e líquidos. Segundo o advogado Sérgio Bermudes, que representa a Vale, a decisão do TJ baseou-se na desproporcionalidade da pena, que teria forte efeito nas atividades econômicas da região. Ficou decidido ainda que a Vale terá um prazo de 60 dias para avaliar a situação da poluição no local. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.