A pedido de investidores, a Vale publicou na noite de ontem um conjunto de explicações sobre o gerenciamento de barragens de rejeitos. Nos arquivos enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a mineradora afirma estar “passando por um momento crítico” e se disse comprometida com as comunidades afetadas pelo rompimento das barragens em Brumadinho e Mariana.
“A Vale está apoiando com total transparência a investigação das causas da tragédia”, disse o diretor-presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, em carta endereçada ao Conselho de Pensões da Igreja da Inglaterra e ao conselho de ética do fundo de pensão público AP Funds, da Suécia.
Em fevereiro, o órgão sueco havia afirmado que perdeu confiança na Vale e recomendou a exclusão da empresa dos fundos AP1, AP2, AP3 e AP4. À época, o comunicado dizia que a mineradora não parecia ter empregado medidas suficientes no gerenciamento de barragens após Mariana, visto o ocorrido posteriormente em Brumadinho.
“Entre 2016 e 2019, os investimentos em gestão de barragens totalizarão R$ 786 milhões (aproximadamente US$ 220 milhões), aplicados em iniciativas relacionadas a manutenção e segurança de barragens”, diz o texto publicado ontem. Entre as iniciativas, a Vale cita obras de melhorias, auditorias, análises de risco, implementação de sistemas de alerta, radares, entre outros.
Desde maio a Vale mantém em alerta os moradores de Barão de Cocais (MG) para a possibilidade de rompimento do talude da mina de Gongo Soco. A previsão era de que o talude se rompesse entre os dias 19 e 25 de maio, mas isso ainda não ocorreu. Nesta sexta-feira, 7, a Vale informou que identificou movimentação de fragmento do talude norte da cava da mina, mas que o desprendimento deve ocorrer sem maiores consequências.