Economia

Vale manterá foco em redução de custos em 2015, diz Siani

O diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani, disse que a Vale irá mostrar com “muita ênfase” a sua capacidade de reduzir ainda mais seus custos nos próximos trimestres. “Estamos no início de nossas iniciativas para redução de custos e apenas no início da diluição de custos pelo aumento de volume”, disse o executivo em vídeo em que comenta o desempenho da mineradora no primeiro trimestre deste ano.

Siani citou, como exemplo, que a companhia reduziu do quarto trimestre do ano para o primeiro período de 2015 o custo caixa do minério de ferro colocado em porto de US$ 23,2 a tonelada para US$ 19,8 a tonelada. “Estamos operando pela primeira vez abaixo de US$ 20 por tonelada”, destacou.

A despesa com frete também caiu no período, indo de US$ 21,7 por tonelada a US$ 17,2 por tonelada. “Também reduzimos as despesas associadas ao minério de ferro de US$ 9,3 por tonelada para US$ 4 por tonelada. Quando somadas essas reduções chegam a US$ 13,1 a tonelada, por uma combinação de esforços internos da companhia e pela desvalorização do câmbio e da queda dos preços dos combustíveis”, afirma. “Estamos confiantes de que isso seja apenas o primeiro passo”, destacou.

Segundo o executivo, o impacto da desvalorização do real em relação ao dólar na dívida da companhia se realiza ao longo de nove anos, que é o prazo médio de vencimento desses passivos da empresa. “Já os benefícios da desvalorização do real sobre as receitas são auferidos imediatamente”, destacou. “Esse foi um trimestre marcado pela desvalorização do real de mais de 20% e teve impacto no valor da nossa dívida”, explicou executivo, lembrando que esse efeito é contábil.

A Vale explicou que a depreciação do real causou um impacto da diferença na dívida denominada em dólar e os ativos denominados em dólar, como contas a receber. Com isso, a mineradora sofreu uma perda de US$ 3,019 bilhões no primeiro trimestre. Em relação aos derivativos de forward e swaps usados para minimizar a volatilidade do fluxo de caixa na moeda norte-americana, a marcação a mercado do valor e liquidação dos swaps cambiais de real e outras moedas para o dólar causou uma perda não recorrente de US$ 1,263 bilhão.

A companhia também informa que a depreciação do real, por outro lado, gera efeitos positivos no fluxo de caixa. No primeiro trimestre, por exemplo, a maioria das receitas da mineradora foi denominada em dólar e 75% dos investimentos denominados em reais. “A depreciação do real e outras moedas no primeiro trimestre reduziu o nosso CPV em US$ 482 milhões”, destacou.

Para o executivo, o resultado operacional da companhia no período “mostra que os anos de produção estáveis da companhia ficaram para trás”. “Estamos em uma trajetória vigorosa de crescimento de produção”. Siani destacou ainda que o trimestre do ponto de vista operacional foi “absolutamente empolgante” para a companhia, já que no período foi batido recorde de produção de minério de ferro para um primeiro trimestre, recorde de produção também em Carajás e de produção de níquel para o período, assim como recorde de produção histórico de cobre e de ouro.

“Por outro lado estamos tendo um desempenho extraordinário do ponto de vista de redução de custos. Nós sabemos que o mercado está bastante competitivo”, destacou o executivo.

A despeito do preço do minério de ferro, a Vale bateu no período de janeiro a março recorde de produção do insumo para um primeiro trimestre. A produção de minério de ferro da Vale no primeiro trimestre de 2015 atingiu 74,523 milhões de toneladas, crescimento de 4,9% em relação ao visto um ano antes, de acordo com o relatório de produção da companhia divulgado na semana passada. Considerando a compra de minério de ferro de terceiros, o volume atingiu 77,417 milhões de toneladas no ano passado, alta de 4,5% na relação anual.

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