A Bovespa fechou nesta quarta-feira, 2, o terceiro pregão consecutivo em alta, em um dia com noticiário corporativo forte, vaivém dos preços do petróleo e expectativa quanto ao cenário político. O Ibovespa encerrou a sessão com valorização de 1,75% aos 44.893,48 pontos, o maior nível de 2016 e o maior desde meados do ano passado. O giro financeiro foi de R$ 7,77 bilhões. Na mínima, marcou 43.841 pontos (-0,64%) e na máxima, 44.983 pontos (+1,95%).
A alta generalizada das blue chips fomentou a alta, sendo que o desempenho da Vale foi o mais forte. Os papéis da mineradora reagiram ao acordo entre os governos de Minas Gerais e Espírito Santo com a mineradora Samarco. “O acordo reduz a incerteza (sobre as consequências do desastre em Mariana para a Vale)”, afirmou o analista da Guide Investimentos, Rafael Ohmachi. As ações da empresa chegaram a entrar em leilão depois da divulgação do fato relevante sobre o acordo. Encerraram o pregão com uma valorização de 11,01% (ON) e 8,12% (PNA)
A Petrobras também pressionou o Ibovespa para cima na maior parte do dia. À tarde, as ações da companhia ignoraram o vaivém nos preços do petróleo nos mercados futuros de Londres e de Nova York e mantiveram-se em alta, fechando com um avanço de 6,40% (PN) e de 7,00% (ON). Na parte da manhã, as cotações haviam titubeado diante da notícia de que a Petrobras perdeu um processo no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e poderá ter de recolher cerca de R$ 7,3 bilhões aos cofres públicos.
Como pano de fundo para a alta expressiva hoje, operadores e analistas citaram novidades nas investigações da Operação Lava Jato que podem fazer surtir novos indícios de corrupção entre empresas privadas e o governo federal. Hoje, o empresário José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, dono da OAS, admitiu a pessoas próximas a possibilidade de fechar um acordo de delação premiada com investigadores da Procuradoria-Geral da República (PGR) dentro da Operação Lava Jato.