Economia

Vale: pressão de nova oferta de minério nos custos cairá

A pressão de novas ofertas de minério de ferro, em especial vinda da Austrália, deverá ser menor neste segundo semestre na avaliação do diretor-executivo de Ferrosos e Estratégia da Vale, José Carlos Martins. Martins estimou que um volume adicional de minério deve ser despejado no mercado em 2015. Grande parte desse volume virá de expansões de capacidade da própria Vale no Brasil. O executivo criticou o foco que considera excessivo de analistas nos preços de minério de ferro e no desempenho da economia chinesa na hora de avaliar a mineradora.

A oferta adicional de minério de ferro no mundo em 2015 deverá atingir 100 milhões de toneladas, estima Martins. Para 2014, a Vale trabalha com uma estimativa de 140 milhões de toneladas novas da commodity, das quais cerca de 90 milhões já absorvidas no primeiro semestre. Ou seja, a projeção é de que mais 50 milhões de toneladas em relação ao segundo semestre de 2013 entrem no mercado neste segundo semestre, uma pressão menor que a da primeira metade do ano.

“Precisamos focar mais na base do negócio, em nosso portfólio”, disse, mencionando que a Vale está concluindo uma série de investimentos em outros negócios, como carvão e cobre, aumentando volumes de produção e reduzindo custos. Para Martins, há expectativa de que, com isso, os guidances do mercado para a Vale passem a depender menos da situação da China e da cotação do minério de ferro.

Um impacto positivo para os custos e a estrutura de preços deve vir, segundo a Vale, da entrada em produção de novas minas, mas as oportunidades de redução de custos vão além, disse José Carlos Martins, diretor-executivo de Ferrosos e Estratégia da mineradora. Além disso, um melhor planejamento tem ajudado a reduzir custos com investimentos e há possibilidade de economizar na logística. “Temos uma curva de custo interna e podemos fazer um mix melhor de custos e margens”, disse.

Resultado

A Vale apresentou lucro líquido de R$ 3,187 bilhões no segundo trimestre de 2014, recuo de 46,1% em relação ao visto no primeiro trimestre. Ante o mesmo período do ano passado houve um aumento de 283%. No segundo trimestre do ano passado o resultado da Vale foi afetado, principalmente, por perdas financeiras geradas por variação cambial.

O Ebitda ajustado, por sua vez, ficou em R$ 9,136 bilhões no intervalo de abril a junho, queda de 4,5% em relação ao primeiro trimestre e recuo de 10,2% ante segundo trimestre de 2013. A receita operacional líquida no período é de R$ 22,084 bilhões, recuo de 1,5% ante os três primeiros meses do ano e leve recuo de 0,1% ante o segundo trimestre.

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