Economia

Valorização do dólar e receios domésticos impõem alta às taxas futuras de juros

Os juros futuros sobem no início da sessão desta sexta-feira, 27. As taxas são impulsionadas pela alta do dólar e também pelos receios domésticos, ainda em função dos desdobramentos da prisão do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT), e do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual.

Às 9h30, o DI para abril de 2016 indicava 14,560%, ante 14,550% no ajuste da véspera. O DI para janeiro de 2017 mostrava 15,58%, de 15,54% da quinta-feira, 26.

O DI para janeiro de 2018 apontava 15,87%, de 15,81%. E o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 15,66%, a 15,62%.

Os volumes de negócios, em geral, continuam baixos, em função do feriado de Ação de Graças nos EUA, que fechou os mercados por lá na quinta e os mantém em funcionalmente parcial nesta sexta.

Após a prisão de Delcídio, o governo brasileiro ainda trabalhar para escolher um novo líder e tentar aprovar até o fim do ano o Orçamento de 2016, como tanto tem insistido o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Na quinta, em entrevista exclusiva ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado), ele disse que a partir de segunda-feira, 30, o governo poderá fazer um corte de todos os recursos disponíveis para gastos até o fim do ano, para não incorrer em infração junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) no fechamento das contas de 2015.

Segundo antecipou o ministro, a estratégia estudada pelo governo é de um contingenciamento temporário, pronto para ser levantado assim que o Congresso aprovar a redução da meta fiscal deste ano. A sessão, que deveria ter ocorrido na quinta, foi adiada para a próxima quinta-feira, 3, três dias após expirar o prazo regimental para a prestação de contas. A amplitude do corte recomendado pelo TCU deixaria o governo totalmente sem recursos e dependente do resultado da votação de deputados e senadores.

A mensagem enviada pelo Planalto ao Congresso prevê a mudança do resultado fiscal deste ano de um superávit primário de R$ 66,3 bilhões para um déficit de até R$ 119,9 bilhões este ano. Se essa meta não for alterada, o governo se verá obrigado a contingenciar R$ 107,1 bilhões, mas em caixa só dispõe de R$ 10,7 bilhões.

Levy reconheceu ter perdido, com a prisão de Delcídio, um importante interlocutor no Congresso, mas afirmou estar confiante na aprovação do projeto que revê a meta fiscal. “Não tenho problemas em pedir apoio. Tenho confiança. Na hora H, em inúmeras vezes, o Congresso não faltou ao povo brasileiro.”

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