A deputada estadual Valéria Bolsonaro (PL-SP) foi nomeada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para comandar a Secretaria de Políticas para a Mulher. A indicação foi publicada nesta terça-feira, 9, no Diário Oficial do Estado. A escolha de Tarcísio pela deputada bolsonarista é vista como um gesto para manter a proximidade com o padrinho político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e também o alinhamento com a direita e o PL.
A nomeação de Valéria – que é mulher de um primo de Bolsonaro – ocorre após Sonaira Fernandes deixar a pasta. Recém-filiada ao PL, a vereadora evangélica foi exonerada na sexta-feira passada para disputar o pleito de outubro. Ela pode tentar novamente uma cadeira na Câmara Municipal ou ainda ser vice na chapa do prefeito Ricardo Nunes (MDB), com apoio de Tarcísio.
No X (antigo Twitter), Valéria disse que aceitou o convite do governador para continuar o legado de Sonaira. "Agradeço a confiança, reiterando todo empenho e amor para atuar por políticas públicas às mulheres do nosso Estado", publicou ela, ontem.
Valéria é casada com Luis Oscar Bolsonaro, primo de segundo grau do ex-presidente. Em 2022, após Bolsonaro perder a eleição, ela se posicionou sobre um documento do PL que pedia a anulação de votos e afirmava que Bolsonaro havia obtido 51% dos votos no segundo turno da disputa. A deputada afirmou, na época, não ter "medo de novas eleições", mas, sim, de "falta de transparência e de lisura".
A nomeação é considerada um aceno de Tarcísio ao padrinho político. O governador já disse que o candidato que Bolsonaro escolher para apoiar, ou em suas palavras, que for "ungido" pelo ex-presidente, vai ser competitivo na eleição presidencial de 2026. Ele é um dos possíveis candidatos a herdar o capital político de Bolsonaro e se lançar para a corrida ao Executivo federal. O ex-presidente está inelegível até 2030, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
<b>Pautas</b>
Na Assembleia Legislativa, Valéria presidiu a Comissão de Defesa e dos Direitos das Mulheres. No último dia 18, um evento proposto por ela na Casa prestou homenagem às "mulheres patriotas, que transformam o Brasil e as causas femininas, que não têm partido e ideologia".
Em seu segundo mandato na Alesp, a agora secretária da gestão Tarcísio apresentou ou foi coautora de projetos de lei sobre pautas caras à direita, como o que proíbe o que chama de "ideologia de gênero" nas escolas públicas e privadas de São Paulo.
Outro projeto que encampou com outros 15 deputados bolsonaristas foi para a proibição da exigência de apresentação do cartão de vacinação contra a covid-19 no Estado.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>