A vida íntima é uma força primitiva do espírito, avaliadora e criadora de valores, intensiva, capaz de atingir os graus mais variados. A decisão de xingar alguém, de acelerar o carro e fugir… Todas as decisões passam por sua vida interior. Elas ocorrem primeiro dentro de seu coração, nos movimentos mais profundos de sua alma.
Inicia-se, então, uma luta pessoal para resolver os problemas da vida íntima. É um tribunal de consciência que acontece em nossos pensamentos, nos quais somos os juízes de nossos atos e, ao mesmo tempo, o réu, o júri, o advogado de defesa e de acusação.
Nesse tribunal, levantamos provas a favor e contra nós mesmos, nos julgamos inocentes ou culpados e nos enxergamos pelas lentes de nossa auto-imagem. É nesse tribunal que decidimos se nossa consciência vai pesar ou não, quando paramos nossos trabalhos, quando nos aquietamos, quando nos encontramos sozinhos, diante de nossas atitudes e pensamentos concretos do dia a dia.
Quantas vezes você gostaria de interromper esse processo, mas não pode? Sua cabeça não pára de pensar. Nosso coração vive inquieto, na insatisfação, enquanto não repousa
Gosto da seguinte analogia: quando um navio vai se aproximar de um cais para aportar, o prático ou o timoneiro tem de ser muito preciso e usar muita perícia para levar o navio com segurança até o lugar certo, no ancoradouro.
Não é qualquer lugar, mas o lugar certo. Para ajudar o responsável por guiar aquele navio, evitando os perigos das águas litorâneas e rasas, o porto tem uma série de luzes instaladas na água e na costa, que orientam e informam, a cada momento, sobre sua posição. Para saber que está na direção certa, livre de todos os perigos, o timoneiro tem de estar sempre numa posição tal que todas as luzes estejam enfileiradas. Quando se olha para aquelas luzes e se enxerga uma só, é porque elas estão todas alinhadas. Enquanto as luzes permanecem assim, ele sabe que o navio está percorrendo a trajetória certa. E seguindo dessa forma, mantendo sempre a sua direção por meio das luzes, o navio chegará seguro, sem perigo de naufrágio.
Da mesma forma, podemos alinhar as luzes que norteiam a nossa vida para podermos alcançar o porto seguro. Vamos alinhar as luzes em direção ao Senhor?
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova e Presidente de Honra da Fundação João Paulo II. É autor de 48 livros, milhares de palestras em áudio e vídeo. Acesse: www.padrejonas.com / http://twitter.com/padrejonasabib