Estadão

Vamos manter curso nas sanções contra a Rússia, diz Dombrovskis em Davos

Vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis defendeu nesta sexta-feira (20) a eficácia das sanções contra a Rússia, por causa da guerra na Ucrânia. Também Comissário de Comércio do braço executivo da União Europeia, ele destacou o fato de que a economia russa sofreu contração no ano passado e deve ter recuo ainda maior do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. As declarações foram dadas durante painel do Fórum Econômico Mundial, no último dia do evento em Davos.

Dombrovskis também ressaltou a "pressão no setor de energia" sofrida pela Rússia. Por outro lado, admitiu que o país foi ajudado pelos preços recordes nesse setor, uma alta puxada em parte pelo próprio conflito na Ucrânia. Segundo a autoridade, o conjunto de sanções "é realmente abrangente" e "têm efeito cumulativo". Ele mencionou o esforço para deixar de depender da Rússia em energia e reforçou o apoio à Ucrânia para que o país possa "vencer essa guerra".

<b>Sanções no longo prazo</b>

Também presente no painel, Kenneth Rogoff, professor de Economia de Harvard, considerou que as sanções "não são a única coisa a fazer, mas são importantes". Rogoff defendeu o uso de sanções contra a Rússia "no longo prazo".

Por um lado, ele admitiu que há exemplos que mostram a dificuldade de conseguir com isso mudanças de regime, e citou Cuba e Coreia do Norte como exemplos. Por outro, lembrou do caso da África do Sul, na qual o regime racista do apartheid foi alvo de pressão por sanções, o que colaborou para uma mudança democrática.

Caso o Ocidente consiga superar esse conflito, o professor defendeu a importância de "se pensar mais em soft power" e menos em explorar recursos naturais na região da Ucrânia.

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