As vendas do comércio varejista para a Páscoa devem totalizar R$ 2,16 bilhões este ano, prevê a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O resultado representa um avanço de 1,9% no volume vendido em relação à mesma data do ano passado, já descontada a inflação do período.
Apesar da melhora, as vendas ainda ficariam 5,7% abaixo do alcançado em 2019, antes da crise provocada pela pandemia de covid-19.
"Por se concentrar basicamente na venda de produtos alimentícios, o desempenho do varejo recuou significativamente com a queda no fluxo de consumidores durante as duas primeiras ondas da pandemia, especialmente em 2020. Naquele ano, o varejo registrou o menor volume de vendas (R$ 1,67 bilhão) em uma década. Com o arrefecimento da pandemia e o restabelecimento da circulação de consumidores, o comércio conseguiu recuperar parcialmente o ritmo das vendas nos últimos dois anos", justificou o economista Fabio Bentes, responsável pelo levantamento da CNC, em relatório.
Em 2022, a valorização do real ante o dólar estimulou a importação de chocolates. Registros da Secretaria de Comércio Exterior apurados pela CNC mostram que a importação de chocolates neste ano alcançou 1,43 mil toneladas, um aumento de 8% em relação ao ano passado, embora em patamar ainda inferior ao pré-pandemia, em 2019, quando as compras externas do produto somaram 1,87 mil toneladas. Por outro lado, a quantidade importada de bacalhau teve um recuo de 17% em relação à Páscoa de 2021.
"A queda nas importações de bacalhau, na contramão do aumento das quantidades importadas de produtos à base de chocolates, é um indício de que o varejo está apostando na melhor saída de produtos mais baratos a partir da aceleração dos índices gerais de preços", avaliou Bentes, na nota.
O estudo aponta que sete dos oito principais bens e serviços consumidos na Páscoa estarão mais caros este ano do que em 2021. Na média, os itens da essa subiram 7,0%, maior elevação de preços desde 2016, quando houve aumento de 10,3%.
Os chocolates devem subir 8,5% ante 2021, enquanto o bacalhau deve estar 3,0% mais barato. Os demais aumentos são esperados nos bolos (+15,1%), azeite de oliva (+12,6%), pescados (+4,8%), refrigerante e água mineral (+7,1%), vinho (+3,9%) e alimentação fora de casa (+6,9%).