O resultado das vendas do comércio em dezembro, uma queda de 2,6% em relação a novembro, fez o índice medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) voltar a ficar abaixo do período pré-pandemia (fevereiro 2020), depois de ter ensaiado uma recuperação em novembro (+2,6% acima de fevereiro 2020).
As vendas no varejo ampliado, que incluem veículos e material de construção, ficaram 1,5% menores do que em fevereiro 2020, e o varejo restrito 1,1% abaixo, informou o gerente da pesquisa do IBGE, Cristiano Santos.
O Natal e as promoções da Black Friday não foram suficientes para melhorar o desempenho do comércio, que teve em dezembro o seu pior resultado dos últimos três anos, ressaltou o economista.
De acordo com Santos, a inflação e o desemprego foram os principais fatores que limitaram as vendas no ano passado. Hoje, o varejo opera 6,9% abaixo do pico de vendas alcançado em agosto de 2012.
Das 10 atividades analisadas no índice do varejo ampliado, apenas quatro setores ficaram acima do patamar pré-pandemia: farmacêutico, combustíveis, hipermercados e material de construção.
"Não é tão comum o varejo ter o resultado mais baixo do que no ano anterior. Houve uma perda de fôlego e os motivos são mais ou menos parecidos com 2021, mas com maior intensidade. A inflação foi um dos motivos, continuou persistindo em 2022, e também o fraco desempenho em relação a novos postos de trabalho. Todos esses fatores contribuem para o que o resultado seja mais fraco", explicou Santos.