Destaque2 Estadão

Velório de Pelé teve presença de apenas dois campeões mundiais com o Brasil

O velório de Pelé no Estádio Urbano Caldeira, a Vila Belmiro, durou 24 horas. Neste período, apenas dois jogadores campeões mundiais com a seleção brasileira estiveram no local para prestar suas últimas homenagens ao Rei: o companheiro do tricampeonato Coutinho (1970) e o volante Mauro Silva (1994), vice-presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF).

A baixa participação de ex-jogadores com vínculo à seleção brasileira não foi bem vista por torcedores. A percepção, muitas vezes repetida, de que a figura de Pelé como ídolo não encontraria tanto eco entre os brasileiros não foi observada no velório. Ao contrário. Cerca de 230 mil pessoas passaram pelo gramado da Vila para se despedir do Rei.

Ronaldo Fenômeno, pentacampeão em 2002, e Romário, tetra em 1994, enviaram coroas de flores ao velório. Entre os jogadores da seleção que estiveram na Copa do Mundo do Catar nenhum compareceu. Neymar foi representado por seu pai. O técnico Tite, que já se despediu do cargo na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tampouco apareceu.

Muitos dos colegas de Pelé em conquistas do Santos e da seleção brasileira enfrentam dificuldades de locomoção pela idade avançada, com Mário Zagallo. Rivellino, por outro lado, disse estar muito abalado com a morte do Rei e se despediu com uma mensagem nas redes sociais.

Rodrygo, Menino da Vila como Pelé e jogador do Real Madrid, buscou justificar sua ausência na despedida. “Infelizmente, eu e minha família não pudemos estar presentes na Vila para dar o último adeus ao senhor, mas nossos corações e sentimentos estiveram contigo durante todo esse tempo. Toda reverência a nossa majestade! Obrigado por tudo, Pelé. Nós te amamos, o povo te ama!”, escreveu.

O ex-goleiro Marcos, ídolo do Palmeiras e campeão mundial em 2002, tomou uma posição polêmica ao argumentar por sua decisão de não ir ao velório de Pelé. Disse que nos velórios de seus pais também não teve a companhia dos que o criticam nas redes sociais.

No fim desta terça-feira, Cafu e Rivaldo também justificaram a ausência no velório de Pelé por motivos diferentes e deram o seu posicionamento de maneira pública através das redes sociais.

Chamou a atenção também que poucos jogadores do elenco profissional do Santos participaram da cerimônia. Apenas Marcos Leonardo, Soteldo, Zanocelo, Ângelo, Pirani, João Paulo, Maicon e Alex apareceram. O técnico Odair Hellmann e o diretor Paulo Roberto Falcão também foram à Vila. Outros ex-jogadores que lá estiveram foram Careca, Neto, Zé Roberto, Elano, Léo, Serginho Chulapa, Narciso, Ricardo Oliveira, Jamelli, Marcelinho Carioca, Aranha, entre outros vinculados especialmente ao Santos e Pelé.

Entre as autoridades que participaram da cerimônia destaca-se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O chefe do Executivo cumpriu em Santos sua primeira agenda fora de Brasília desde a tomada de posse, em 1º de janeiro.

O petista chegou à Vila Belmiro na manhã de terça-feira, ao lado da primeira-dama, Janja Silva, e o Ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB). Lula ficou no estádio por poucos minutos, cumprimentou familiares de Pelé, acompanhou uma breve missa no local e deixou o velório sem conversar com a imprensa.

No dia anterior, prestaram suas condolências à família na Vila Belmiro o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), o prefeito da cidade de São Paulo e Ricardo Nunes (MDB).

A cúpula do futebol nacional e internacional também marcou presença no local. Os presidentes da Fifa, Gianni Infantino, da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), Alejandro Domínguez, da CBF, Ednaldo Rodrigues, da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Paulo Wanderley, se despediram do Rei.

Posso ajudar?