As negociações entre a OAS, que está em recuperação judicial, e o grupo canadense Brookfield avançaram para a venda da fatia de 24,4% da Invepar que pertence à empreiteira, segundo fontes próximas ao assunto. O martelo poderá ser batido no dia 19, durante assembleia de credores que estava prevista para a terça-feira, 10, mas foi adiada.
O valor do negócio ainda não foi fechado, mas fica próximo a R$ 1,3 bilhão, segundo as mesmas fontes. Enquanto negocia a compra da fatia da OAS na empresa dona de Guarulhos, a Brookfield já estaria em conversas com outros acionistas da companhia – os fundos de pensão Previ (do Banco do Brasil), Petros (da Petrobrás) e Funcef (da Caixa) para um possível aumento de capital na empresa no futuro. Essas negociações, contudo, só devem acontecer caso a venda da fatia da OAS na Invepar seja realmente concretizada.
Auxílio
Após algumas semanas negociando no exterior, a OAS concordou em reduzir o montante de um empréstimo feito pela Brookfield, de R$ 800 milhões para R$ 600 milhões, disseram fontes ao Broadcast (serviço em tempo real da Agência Estado).
O juiz da recuperação judicial já liberou R$ 200 milhões para a companhia e outros R$ 300 milhões dependiam da apresentação ao mesmo juiz pela OAS de estudos mostrando a necessidade dos recursos. A proposta de reduzir o empréstimo atendeu aos credores estrangeiros e foi aceita pela companhia para abrir espaço à continuidade das negociações para a venda da Invepar.
Os credores estrangeiros têm cerca de R$ 7,1 bilhões (considerado o dólar a R$ 4) em bônus emitidos pela companhia em dólares e em reais no exterior. A dívida total da OAS que, originalmente, era de R$ 8,2 bilhões, passa de R$ 11 bilhões. Além dos detentores de bônus, 15% da dívida da OAS estão com bancos e os 25% restantes se dividem entre fundos de investimento, debêntures e agências de fomento. Colaborou Mônica Scaramuzzo