Economia

Venda de portáteis cresce mais que a de linha branca

O interesse crescente de tradicionais fabricantes de aparelhos de imagem e som e de eletrodomésticos da linha branca (fogão, geladeira e lavadora) pelos eletroportáteis, que são aqueles itens de baixo valor unitário, com cafeteiras, ferro de passar, por exemplo, é explicado pelo forte desempenho desse segmento no País. No ano passado, as vendas de eletroportáteis somaram R$ 14,3 bilhões e cresceram 14,5% em relação a 2013, nas contas da empresa de pesquisa Euromonitor International. É mais que o dobro da taxa alcançada pela linha branca no mesmo período (7%).

Alexis Frick, analista de pesquisa da empresa, aponta os fatores que, na sua opinião, explicam o desempenho de mercado dos eletroportáteis. O primeiro deles é o fato de o preço médio dos portáteis ser muito inferior ao de um eletrodoméstico de grande porte. Isso acelera as vendas desses produtos, especialmente num cenário de crise como o atual.

Além disso, ele lembra que o número de lares que hoje têm geladeira, fogão e TV, por exemplo, é muito grande perto dos que têm uma cafeteira ou fritadeira. Nos últimos anos, o analista diz que, com a redução do Imposto de Produtos Industrializados (IPI) da linha branca, houve um estímulo extra à compra desses eletrodomésticos básicos.

Outro fator apontado por Frick para impulsionar as vendas de portáteis é a praticidade e o status que eles proporcionam. “A cozinha virou um espaço importante na casa para receber as visitas e se o consumidor não tem condições de comprar um geladeira, pode impressionar com uma cafeteira”, diz.

Estrelas

Pesquisa da Euromonitor mostra que as estrelas dos eletroportáteis atualmente são as máquinas de café, cujas vendas cresceram 30,5% entre 2013 e 2014, atingindo R$ 276 milhões. No mesmo período, as fritadeiras a ar registraram um aumento de 29,2% e somaram vendas de R$ 1,5 milhão.

Enquanto o consumo de fritadeiras e cafeteiras explode, as vendas de TVs têm crescimento bem menor. Aumentaram 11,7% de 2012 para 2013 e devem encolher 3% até 2018.

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