Estadão

Vendas da Danone caem 2,5% e atingem 6,789 bilhões de euros 1º trimestre

A Danone, empresa francesa do setor de laticínios, informou nesta quinta-feira, 18, que registrou vendas de 6,789 bilhões de euros (cerca de US$ 7,225 bilhões) no primeiro trimestre deste ano. Em uma base comparável, as vendas da empresa recuaram 2,5% ante o reportado nos três primeiros meses de 2023, de 6,962 bilhões de euros.

Analistas esperavam vendas de 6,695 bilhões de euros. O crescimento orgânico das vendas foi de 4,1% e os ganhos no volume avançaram 1,2%.

No segmento de leite à base de plantas essenciais (EDP), as vendas líquidas recuaram 7,8% no primeiro trimestre do ano ante 2023, para 3,474 bilhões de euros.

O segmento de Nutrição Especializada viu a receita subir 1,9%, para 2,183 bilhão de euros. Enquanto isso, a Divisão de Águas da Danone também teve alta de 7,6%, para 1,132 bilhão de euros.

Em relatório, a companhia destacou que um dos fatores que pesaram sobre as vendas foi a desconsolidação da EDP Rússia a partir de julho de 2023.

A empresa classificou, em relatório, que este foi um começo de ano bom em um cenário desafiador. A Danone destacou o aumento nas vendas na Europa, América do Norte, China, Norte da Ásia e Oceania, América Latina e outras partes do mundo.

"Num ambiente que continua a ser desafiador, continuamos a fazer bons progressos na nossa agenda de transformação", disse o CEO, Antoine de Saint-Affrique.

Para o acumulado do ano fiscal, a Danone confirmou o guidance de crescimento de vendas comparável entre 3% e 5% com melhoria moderada na margem operacional recorrente. "Estamos confiantes de que 2024 será outro ano em que entregaremos o nosso modelo de criação de valor", declarou o CEO.

<b>Análises do mercado</b>

Analistas da Bernstein destacaram em comentário que as vendas do primeiro trimestre da Danone superaram as expectativas, com quase todo o desempenho superior vindo de sua região China/Norte da Ásia e sua divisão de águas.

Eles acrescentaram que o desempenho do negócio parece estável, mas falta crescimento de volume nos principais negócios.

A Bernstein disse, ainda, que a empresa pode enfrentar ventos contrários nas margens nos próximos anos se a inflação permanecer alta por mais tempo.

Para a Jefferies, o tom da atualização dos executivos para o primeiro trimestre foi confiante, pois o grupo "forneceu evidências de que tudo vai conforme o planejado, apoiado pelo desempenho positivo em áreas-chave".

Eles destacam que os volumes de vendas de EDP estavam em linha com o trimestre anterior, excluindo contratempos. Analistas afirmaram que, apesar da pequena falha, o volume de EDP foi suficientemente bom e permanece no cerne da nova estratégia da Danone. Eles também esperam uma movimentação em direção a aquisições, em vez de recompras de ações, para intensificar áreas de fraqueza durante 2024.

Em nota, analistas do Barclays disseram que a empresa francesa fez comentários positivos sobre os primeiros sinais de melhoria em seu portfólio à base de plantas nos EUA e a força de seu portfólio de cremes de café no país. Além disso, eles afirmaram que não foi surpreendente a Danone confirmar sua orientação. "Continuamos gostando do caso de investimento composto da Danone e do alto nível de reinvestimento", acrescentaram.

Já a Davy Research destacou os bons progressos da companhia em suas categorias, destacando os volumes de EDP em linha com o trimestre anterior quando excluído contratempos, como a interrupção dos embarques europeus e o licenciamento do negócio de leite no Brasil. Em comentário, analistas reforçaram que o negócio de EDP na Europa apresenta melhorias sequenciais e que a dinâmica continua no negócio de nutrição especializada da China. "A atualização dá um tom construtivo ao crescimento no próximo ano", disseram.

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