As vendas de cimento em agosto no País totalizaram 6 milhões de toneladas, crescimento de 1,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado de janeiro a agosto, as vendas foram de 41,7 milhões de toneladas, queda de 1,3% comparado ao mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 6, pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic).
Nos próximos meses, a expectativa do setor é que haja recuperação. "A implementação dos projetos de infraestrutura com ênfase em logística, saneamento e habitação poderá reverter a performance negativa da indústria do cimento registrada no acumulado do ano até agosto", afirmou o presidente do Snic, Paulo Camillo Penna, em nota. "Nossa expectativa é que se confirme a sazonalidade positiva nas vendas do setor no segundo semestre."
O presidente do sindicato observou que as vendas de materiais de construção, particularmente do cimento, vêm sendo impactadas pela menor renda da população, pelas taxas de juros elevadas e pelo endividamento alto das famílias, próximo ao recorde da série histórica.
Além disso, a confiança do consumidor ainda está em um nível negativo. O lado positivo é que a confiança do consumidor teve aumento pelo quarto mês consecutivo, refletindo o processo de recuperação do quadro macroeconômico e do mercado de trabalho, bem como os resultados iniciais do programa de quitação de dívidas (Desenrola).
O presidente do Snic também apontou que a confiança do empresário do setor da construção atingiu o maior nível desde o ano passado, sendo que o segmento de preparação de terrenos está mais confiante, o que representa um importante indicador antecedente do início de novas obras.
No setor de infraestrutura, são esperados investimentos vindos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento. E na parte de habitação, é esperado uma aceleração dos negócios em função dos ajustes do Minha Casa Minha Vida (MCMV).
Penna afirmou ainda que, em razão dos entendimentos entre o Executivo e do Congresso, a expectativa é que os decretos que tratam do setor de saneamento deverão ser revogados pelo presidente Lula, que editará um novo texto, trazendo apenas as partes sobre as quais não há questionamentos. A medida trará maior segurança aos investidores no setor e estimulo ao consumo de cimento, na sua avaliação.