Com 85,8 mil unidades emplacadas, as vendas de motos novas no Brasil recuaram 6,4% em janeiro, na comparação com o mesmo período de 2020. Frente a dezembro, a queda foi de 13,1%, de acordo com balanço da Fenabrave, entidade que representa as concessionárias de veículos.
O resultado de janeiro foi influenciado por limitações da produção de motocicletas, concentradas no polo industrial de Manaus, onde o sistema de saúde entrou em colapso, levando o governo estadual a restringir o funcionamento das fábricas a 12 horas diárias de segunda a sexta-feira, incluindo o tempo de deslocamento dos funcionários.
Além disso, como todo oxigênio está sendo direcionado aos hospitais, no tratamento de pacientes com covid-19, as fábricas estão ficando sem gás industrial, agravando o quadro de falta de insumos.
A Honda, líder com folga do mercado de duas rodas, interrompeu a produção na segunda-feira da semana passada, dando férias coletivas aos operários e funcionários de áreas administrativas.
Ao comentar o resultado, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, informou que o estoque de motos nas concessionárias está "extremamente baixo", sendo que a espera de clientes por alguns modelos chega a 60 dias.
"A demanda segue aquecida, fomentada pela consolidação da motocicleta como veículo de transporte pessoal e de carga, dado o incremento das vendas do e-commerce, além da boa oferta de crédito pelas instituições financeiras, que estão aprovando 45% das propostas apresentadas", afirmou o executivo em nota.