O movimento no varejo paulistano teve um crescimento de 0,6% nos primeiros 15 dias deste mês em relação a igual período de 2017, conforme a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O resultado, informa, é o pior para o período em 2018. Na comparação com os primeiros 15 dias de agosto, houve declínio médio de 6,6%.
Na opinião do economista da ACSP Emílio Alfieri, o desempenho não indica uma tendência, mas sim uma parada momentânea do consumidor antes das eleições, “que definirão os novos rumos do País”.
Alfieri admite que o setor varejista enfraqueceu, porém com descompasso entre as vendas a prazo e à vista. No primeiro caso, cita, houve avanço de 4,3% nos primeiros 15 dias de setembro, enquanto a segunda opção mostrou queda de 3,1%.
“A explicação pode estar nos eletroeletrônicos, em especial celulares, que estão tendo bom desempenho”, comenta o economista, ao justificar o comportamento das vendas a crédito.
Com relação ao sistema à vista, que abrange bens não duráveis como vestuário, calçados e acessórios, Alfieri explica que as vendas dependem muito do clima e da estações. “O consumidor está compasso de espera: não compra mais moda artigos outono/inverno, já que o inverno termina logo (dia 22), enquanto espera a chegada da primavera para comprar itens da nova estação.”
Na comparação com os 15 primeiros dias de agosto, quando houve queda de 6,6%, também foram notadas diferenças entre os sistemas a prazo (6,3%) e à vista (-19,4%). Os motivos, de acordo com Alfieri, são os mesmos da variação interanual, com um diferencial.
Ele explica que o forte recuo nos produtos de menor valor (sistema à vista) se deve também à base forte de comparação gerada pelo Dia dos Pais. “Esta data comemorativa foi impulsionada pelos presentes pessoais de menor valor. Como não há data comercial em setembro, essa queda é natural”, diz.