Economia

Vendas nos EUA e China da Renault-Nissan devem compensar queda no Brasil e Rússia

O presidente global da Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, afirmou nesta segunda-feira, 11, que avanços nas vendas de veículos nos Estados Unidos e na China em 2016 ante 2015 deverão compensar o enfraquecimento do mercado automotivo no Brasil e na Rússia. A declaração foi dada durante a realização do Salão de Detroit, nos EUA.

Em 2015, as vendas de automóveis e comerciais leves da Nissan no Brasil recuaram de 73,2 mil para 61,2 mil unidades, queda de 15%. No caso da Renault, o volume caiu de 237,1 mil para 181,5 mil, baixa de 23%. Considerando todos os segmentos e todas as montadoras, o recuo do mercado brasileiro foi de 26,5%, a mais acentuada desde 1987, segundo a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). A retração se dá em meio a uma alta do desemprego, a uma queda real da renda dos trabalhadores e a uma maior restrição ao crédito.

Apesar das perspectivas pouco animadoras para o mercado automotivo nacional em 2016, a Nissan lançou na semana passada um plano de negócios de R$ 750 milhões em três anos para avançar no segmento de SUVs, com o lançamento do Kicks, que será produzido na fábrica de Resende (RJ) e chegará ao mercado ainda este ano.

Ghosn disse na semana passada que o investimento da montadora não é um contrassenso porque a crise passou longe do segmento de utilitários esportivos e do que o mercado chama de “crossovers compactos”. São carros de passeio espaçosos, que podem ser usados tanto no asfalto quanto em estradas de terra, pois costumam apresentar versões com tração nas quatro rodas.

Para o mercado global de veículos, o executivo afirmou hoje que espera um crescimento entre 1% e 2% nas vendas em 2016 sobre 2015. Para os Estados Unidos, a expectativa é de expansão em torno de 1%. Para a China, algo entre 4% e 5%. Ele não mencionou nenhuma previsão para o Brasil, mas, na semana passada, no lançamento do plano de investimentos, disse que considera otimista a previsão da Fenabrave, de queda de 5% nas vendas. (Com informações da Dow Jones Newswires)

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