O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, determinou na noite de segunda-feira a ampliação do fechamento da fronteira com a Colômbia na principal passagem fronteiriça do Estado de Zulia, no oeste venezuelano, e decretou o estado de exceção em três municípios dessa região petroleira.
Desde o mês passado, Caracas mantém fechadas as passagens fronteiriças no Estado de Táchira. Agora, a decisão de ampliar o fechamento da fronteira reduz a possibilidade de que a crise bilateral de três semanas possa ser superada em pouco tempo.
Nos últimos dias, Maduro e o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, mostraram-se mais abertos a realizar um encontro para buscar uma saída para a crise. Ambos, porém, impuseram condições para essa reunião, enquanto as declarações dos dois lados sobem de tom.
Maduro anunciou também que serão enviados 3 mil militares para reforçar a segurança em três municípios de Zulia, perto da passagem fronteiriça de Paraguachón. A oposição venezuelana criticou a medida, dizendo que o governo cria distúrbios, três meses antes das eleições parlamentares.
O secretário-executivo da coalizão opositora, Jesús Torrealba, disse que as decisões não resolvem as causas dos problemas enfrentados pelos venezuelanos, como a crescente delinquência, a escalada da inflação e a severa escassez de produtos básicos, além de sustentar que é contrário a essas ações que afetam os cidadãos da área da fronteira. Na avaliação de Torrealba, o objetivo é distrair a opinião pública da “crise humanitária que estamos enfrentando”.
Zulia é uma área de grande importância, pois é um dos principais centros petroleiros do país e tem a maior população votante após a zona da capital. A passagem de Paraguachón, 700 quilômetros a oeste de Caracas, é a principal rota de comunicação de Zulia com a Colômbia e transitam por ali numerosos veículos de carga de mercadorias e passageiros. Vive ainda na área o grupo indígena wayúu, que segundo Maduro terá livre trânsito na fronteira.
Maduro defendeu o fechamento das passagens fronteiriças e a declaração de estado de exceção em 13 municípios em Táchira e Zulia, alegando que isso faz parte de um plano para combater os grupos paramilitares e de contrabandistas que assolam a fronteira de 2.200 quilômetros compartilhada entre Venezuela e Colômbia.
Segundo Bogotá, até agora a Venezuela deportou 1.400 colombianos. Calcula-se, além disso, que cerca de 15 mil voltaram à Colômbia, temendo represálias no país vizinho. Fonte: Associated Press.