Venezuelanos contrários ao governo do presidente Nicolás Maduro prometem encher as ruas da capital nesta quinta-feira, em um importante teste de força dos oposicionistas e também da capacidade do governo de tolerar a crescente dissidência. Chamada “Tomada de Caracas”, a marcha busca pressionar autoridades eleitorais para permitir um referendo revogatório contra Maduro neste ano.
O quadro é de tensão, após o governo determinar a prisão de vários importantes ativistas, enviar as forças de segurança pelo país e advertir para o risco de haver derramamento de sangue. Maduro disse na terça-feira que seus opositores acreditam que a violência durante a marcha abra caminho para um golpe. Segundo ele, autoridades prenderam pessoas com uniformes militares e explosivos e que tinham planos de disparar contra a multidão disfarçados de membros da guarda nacional. Maduro não disse quem acredita que estaria por trás do suposto plano de golpe.
Os organizadores da marcha desejam reunir 1 milhão de pessoas. A oposição quer pressionar pela realização do referendo revogatório ainda neste ano. Caso Maduro perca a votação, nesse caso, haveria novas eleições, mas caso o voto só ocorra depois de 10 de janeiro o vice-presidente completaria o mandato até 2019.
Autoridades eleitorais ainda precisam estabelecer a data para o próximo estágio do processo, no qual a oposição precisa coletar 4 milhões de assinaturas ao longo de três dias. O referendo revogatório só pode ser convocado após as assinaturas serem validadas.
O governo ainda planeja realizar uma marcha dos governistas nesta quinta-feira. Deve haver, porém, menos pessoas nessa marcha, em um quadro de 700% de inflação no ano e crescente fome. O Departamento de Estado dos Estados Unidos acusou Maduro de tentar assustar os venezuelanos e fazer com que não participem da marcha opositora. Fonte: Associated Press.