Voluntários chegam com três mesas portáteis, para entregar queijo, iogurte, arroz, pão e feijão aos imigrantes que tinham começado a chegar há mais de uma hora. Em uma área próxima, dezenas de venezuelanos fazem fila para coletar folhas, tapetes, toalhas, panelas, pratos e outros equipamentos doados.
Os venezuelanos estão no topo da lista de estrangeiros que buscaram asilo nos Estados Unidos em 2016, com cerca de 18 mil aplicações, o que representa um aumento de 146% em relação a 2015, de acordo com o Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos. Quase metade deles residem no sul da Flórida, onde os custos de vida são mais elevados.
Trata-se de uma nova onda de imigrantes venezuelanos de classe média e baixa, muitos deles profissionais, que deixam o seu país para fugir da crise econômica, da insegurança e da perseguição política.
Mas, nos Estados Unidos, enfrentam uma dura realidade: sem dinheiro em seus bolsos, são forçados a aceitar doações de comida e a aceitar trabalhos na limpeza, como pintores ou como motoristas.
“Não achava que precisaria receber comida de doação, mas chega um momento em que você não tem outra saída”, disse à Associated Press Alejandra Mujica, um advogado venezuelano de 26 anos, que estava entre as pessoas a esperar comida na Igreja Católica de Nossa Senhora de Guadalupe.